Missionários acompanham vítimas do maremoto

Presença da Igreja faz-se notar O Instituto Pontifício das Missões Exteriores (PIME) está a levar a cabo diversas acções de solidariedade para com as populações afectadas pelo maremoto de 26 de Dezembro, em colaboração com as Congregações Religiosas presentes nas zonas costeiras do Oceano Índico. Muitos são os relatos que chegam desde o local, dando conta do esforço dos missionários por acolher os feridos e os desalojados nas instituições eclesiásticas. Na Índia, a intervenção do PIME concentra-se no “Nirmala Hospital” de Karinkal, dirigido pelas Missionárias da Imaculada. Uma das religiosas confirma que as pessoas estão “desorientadas e aterrorizadas”, mas não deixa de sublinhar “a solidariedade entre os fiéis de diversas religiões” na reconstrução do país. Os religiosos da Pequena Obra da Divina Providência também estão a levar a cabo um projecto de solidariedade na região de Bangalore, com o apoio dos jovens seminaristas locais. A ajuda será enviada em dinheiro “para que possa ser levada, oportuna e directamente, às populações afectadas”. Em Tamil Nadu, uma das regiões mais afectadas, e em Andhra Pradesh são os religiosos da Sociedade do Verbo Divino quem procura distribuir alimentos, água, roupas, cobertores e medicamentos, ao mesmo tempo que forma equipas especiais para as acções de socorro e reconstrução. Na província de Madurai, os estudantes jesuítas incorporaram-se com os grupos de ajuda. O Provincial indiano nomeou uma Comissão de três jesuítas encarregados de coordenar a cooperação com a Cáritas e a Cruz Vermelha. Num relato enviado pelo Pe. Joseph Xavier, delegado jesuíta para a Acção Social na Índia, informa-se que os números estão ainda muito aquém do que se virá a verificar, à medida que se vão recolhendo mais informações. “Na Ilha indiana de Nicobar, onde se teme que um terço dos seus 30 mil habitantes tenha falecido, ainda ninguém pôde chegar devido às medidas de segurança impostas pelo governo”, aponta. Sri Lanka No Sri Lanka, Gabriele Garniga, inspector económico dos Salesianos, está a coordenar os auxílios para satisfazer as primeiras necessidades da população atingida: água, alimentos, medicamentos, alojamento. O superior dos Salesianos da província de São José no Sri Lanka, padre Anthony Humer Pinto, enviou um relatório sobre a situação onde refere que “milhares de pessoas foram transferidas para lugares seguros, especialmente igrejas e templos que se localizam na parte alta”. O cenário é, contudo, de devastação: “no sul aparecem centenas de cadáveres e ninguém os reclama. São centenas de crianças órfãs e milhares de parentes com filhos desaparecidos ou mortos. As pessoas precisam de alimento, de medicamentos, roupas, de tudo”. Quatro comunidades jesuítas no Sri Lanka (Galle, Trincomalee, Batticaloa e Colombo) abriram as portas das suas igrejas e residências aos que perderam as casas e os bens. Na Residência de Batticaloa estão refugiadas mais de três mil pessoas. Os religiosos lançaram ainda uma campanha destinada a construir 600 habitações destinadas a desalojadas, contando para isso com a generosidade dos jesuítas de todo o mundo. A ajuda aos pescadores é outra das prioridades, estando a ser recolhidos fundos para adquirir as redes e os barcos necessários para o retomar da actividade piscatória, que possa assegura a auto-suficiência destas populações. A casa provincial dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada em Colombo hospeda cerca de 2 mil pessoas desalojadas pelo maremoto As notícias enviadas pelos missionários naquele país do sudeste asiático à Agência Fides são igualmente dramáticas. “Nós temos necessidade principalmente de cobertores, de medicamentos para curar os doentes e para prevenir a propagação de doenças, de água potável e de livros para as crianças” disse Pe. Oswald Firth, assistente geral, que actualmente se encontra no país. Hoje, D. Thomas Savundaranayagam, Bispo de Jaffna (norte do Sri Lanka), confirmou ao telefone à Ajuda à Igreja que Sofre que só na sua diocese existem “cerca de 170 mil pessoas que ficaram sem casa”. A violência das ondas no Sri Lanka terá destruído cerca de 60% das habitações nas regiões costeiras atingidas pelo maremoto, segundo informou o Bispo de Trincomalee – Batticaloa, uma diocese situada na zona leste do país). D. Joseph Swampillai referiu que “entre as vítimas que morreram nas inundações existem muitos bebés” e acrescentou que, para além da ajuda humanitária de emergência, “será necessário muito dinheiro no futuro próximo para reconstruir orfanatos, escolas e igrejas”. Tailândia Os missionários presentes na Tailândia acusam as autoridades locais de se terem preocupado, acima de tudo, com os turistas estrangeiros. “Dezenas de aldeias pobres de pescadores em Phuket e outras zonas costeiras atingidas pelo maremoto foram abandonados a si próprios. É como se os mortos tailandeses não fossem notícia”; disse à agência Misna o Pe. Giovanni Contarin, missionário camiliano no país há 20 anos. Outros quatro religiosos presentes em Phuket dão conta das necessidades mais prementes de quem perdeu tudo com as ondas de 26 de dezembro. “As pessoas têm necessidade de roupas, de comida, de medicamentos. Mesmo nas casas que não foram destruídas, a entrada da água estragou tudo”, referem. “O que aconteceu na Tailândia é algo de terrível, é a primeira vez que morre tanta gente e a experiência tem sido duríssima para todos. Apesar disso, temos vistos situações excepcionais de solidariedade e generosidade”, relata o Pe. Peter.

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