Cardeal-Patriarca quer novas soluções políticas

O Cardeal-Patriarca de Lisboa espera que o ano agora iniciado seja marcado, na política portuguesa, por projectos viáveis e credíveis para o país – o apelo foi feito esta noite por D. José Policarpo aos partidos políticos. Quando faltam menos de dois meses para as eleições legislativas antecipadas, o Cardeal Patriarca de Lisboa, sublinhou em declarações ao programa “Prós e Contras” da RTP – no qual se discutiam expectativas para 2005 -, a necessidade de consensos em várias áreas. “Em momentos destes, há duas ou três linhas de acção que teriam de gerar consenso e não poderão ser objecto da disputa política como ela é feita habitualmente”, apontou. D. José Policarpo afirmou que os partidos políticos não podem esquecer o seu papel na sociedade. “Os partidos têm um papel, a meu ver, de fazer convergir para as soluções nacionais as forças que não são necessariamente partidárias, dos vários sectores da sociedade e, por outro lado, apresentar soluções credíveis, claras”, afirmou. “Neste momento que estamos a viver era extremamente importante que os portugueses fossem tomando consciência das soluções que são apresentadas, da viabilidade da sua implementação e eu diria mesmo, até, da credibilidade dos protagonistas dessa implementação”, acrescentou. Em relação a esta “pedagogia”, o Cardeal Patriarca destacou a missão dos Meios de Comunicação Social e de cada cidadão na “tomada de consciência da viabilidade de soluções nacionais”. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa acrescentou que a solução para os problemas e a procura do bem comum passa por todos e não só pelos políticos. “Sinto que a maior parte das pessoas tem uma consciência apurada e, porventura crítica, no sentido positivo, dos problemas que lhes dizem respeito. Não sei, contudo, se é muito grande o número de pessoas que tenham essa mesma consciência em relação a problemas globais”, realçou. A intervenção do Patriarca de Lisboa foi contra a tendência pessimista que se instalou na sociedade portuguesa, pedindo uma perspectiva mais realista. “Eu acredito que uma comunidade humana com a qualidade e a história daquela a que pertencemos vai encontrar soluções. Não acredito que as soluções sejam fáceis, mas elas passam por muita clarividência e por muita competência”, concluiu. Notícias relacionadas • Bispos pedem aposta por Portugal em 2005

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