João Paulo II pediu aos homens e mulheres de todo o mundo que construam a paz “pelo diálogo, a justiça e o perdão” no início do novo ano. A missa da Basílica de São Pedro, no Dia Mundial da Paz, foi a ocasião escolhida por João Paulo II para deixar os seus votos para 2005. “Vencer o mal sem as armas torna-se a maneira como cada um pode contribuir para a paz de todos. Por este caminho são convidados a caminhar os cristãos e os crentes das diferentes religiões, juntamente com quem se reconhece na lei moral universal”, disse. Citando a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa vincou que “diante das múltiplas manifestações do mal, que infelizmente dilaceram a família humana, a exigência prioritária é promover a paz, utilizando meios coerentes, dando importância ao diálogo, às obras de justiça, e educando no perdão”. A mensagem deste ano foi dedicada por João Paulo II ao tema “Não te deixes vencer pelo mal. Vence antes o mal com o bem”, a partir de uma citação bíblica de São Paulo. No texto, João Paulo II condena o recurso à violência para solucionar conflitos internacionais e chama a atenção para os dramas do terrorismo internacional, as guerras em África, a situação na Palestina e o conflito iraquiano. “Para conseguir o bem da paz é necessário afirmar, com consciente lucidez, que a violência é um mal inaceitável e que nunca resolve os problemas”, escreve. O Papa defende uma nova estruturação da ordem social, económica e política, a todos os níveis, “numa perspectiva de paz”, ligando o direito ao desenvolvimento com o direito à paz. Na tarde de 31 de dezembro, ao presidir às vésperas da solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus e ao “Te Deum” de acção de graças pelo ano de 2004, João Paulo II pediu a Nossa Senhora “o dom da paz para todo o mundo”.