Açores: Romarias quaresmais preparadas em retiro com um olhar especial sobre os jovens

«Fazer caminho» e «mobilizar» foram palavras de ordem

Foto Paulo Santos – Retiro anual dos Romeiros da Ilha de São Miguel

Angra do Heroísmo, 22 jan 2018 (Ecclesia) – Os romeiros da ilha açoriana de São Miguel realizaram o seu retiro anual este domingo, na Ribeiro Grande, um encontro que destacou a importância de cativar as novas gerações para esta tradição.

De acordo com o portal ‘Igreja Açores’, Paulo Santos, coordenador do departamento de comunicação do Corpo Nacional de Escutas (CNE), foi um dos oradores presentes, e salientou a necessidade de “mais do que desenhar” um programa para os mais novos, importa “fazer caminho com eles”.

“Não há uma tipologia de jovens; todos são diferentes, por isso, o grande segredo não é ter uma estratégia definida que se adeque a todos mas sim caminhar com eles e não traçar-lhes o caminho”, apontou aquele responsável.

Cerca de 300 romeiros de São Miguel debateram o tema “Partilha, vem e segue-me”, inspirado nas orientações pastorais da Diocese de Angra para 2018 e também nas preocupações da Igreja Católica, num ano que vai ser marcado pelo Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, em outubro.

Para Paulo Santos, o principal desafio que se coloca hoje na Igreja Católica, em qualquer uma das suas expressões, “é mobilizar os jovens em torno da fé, da palavra e do amor de Cristo.

E isso só será possível através da “partilha de experiências” .

“Em vez de nos preocuparmos apenas com o mundo que vamos deixar aos jovens, preocupemo-nos com os jovens que deixamos ao mundo”, completou aquele membro do CNE.

O retiro anual de romeiros é o primeiro passo na preparação para as romarias quaresmas que vão ter lugar entre 18 de fevereiro e 27 de março.

Uma iniciativa que deverá contar com cerca de 2500 participantes, provenientes dos 52 ranchos de São Miguel, e de outros grupos das ilhas Terceira e Graciosa.

Estes romeiros, que percorrem dezenas de quilómetros a pé durante uma semana, trajam um xaile, lenço, saco para alimentos, bordão e terço, rezando e entoando cânticos.

Esta tradição teve origem no século XVI após as erupções vulcânicas que arrasaram Vila Franca do Campo.

No retiro realizado na Ribeira Grande marcou ainda presença o padre Norberto Brum, diretor do Serviço de Pastoral Juvenil da Diocese de Angra, e da irmã Fernanda Esteves, da congregação das Irmãs Hospitaleiras.

JCP

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Agência ECCLESIA

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