D. João Lavrador chegou aos Açores em 2015 e é bispo diocesano desde 15 de março de 2016
Lisboa, 16 jan 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse em entrevista à Agência ECCLESIA que a formação e a criação de quatro vigararias, que contribuíram para a dinamização e coordenação pastoral, foram duas apostas do trabalho desenvolvido nos Açores nos últimos dois anos.
“A reorganização da diocese está relacionada com a realidade que vamos vendo. De Santa Maria às Flores é a mesma distância que de Caminha até Faro. É uma distância enorme para poder estar presente, ajudar e dinamizar”, contextualizou D. João Lavrador em entrevista à Agência ECCLESIA.
O bispo diocesano explicou que chegaram à conclusão que era necessária uma “instituição intermédia” que ajudasse a “mobilizar, para dar ânimo, força, coordenação” entre o ouvidor (arcipreste) e os serviços centrais da diocese.
D.João Lavrador acrescentou também que as vigararias têm outra finalidade importante, uma vez que “o vigário episcopal” passa a pertencer a “um conselho que ajuda o bispo no trabalho da diocese e nas decisões que tem de tomar”.
“É importante” que o bispo, nas suas decisões, “não apenas as que toma esporadicamente”, tenha um conselho que o ajude a fazer, dentro do conceito que o concílio oferece hoje, acrescentou.
O bispo diocesano sublinha que os vigários episcopais descentralizam e ajudam muito à dinamização pastoral do prelado, até pela situação “muito prática” deste ter de estar num sítio e não poder deslocar-se.
“Tenho de ter alguém que com jurisdição possa fazê-lo. O vigário episcopal é fundamental”, observa.
Para além das três vigararias territoriais – a oriente, a ocidente e no centro – foi criada também uma vigararia para formação que foi uma necessidade identificada logo que o prelado chegou à Diocese de Angra.
“Disseram que se precisava implementar um itinerário de formação; Achei interessante e que o vigário seria uma figura importante. Foi aprovado praticamente por unanimidade e não levantou dificuldade porque era reclamado por todas as estruturas da diocese”, desenvolveu.
No âmbito da formação “do povo de Deus” o bispo de Angra quer mobilizar a diocese para uma “promoção” dos diversos ministérios, sobretudo, o diaconado permanente cuja formação pode ser realizada nos cursos de Teologia ou, “em algumas circunstâncias, no Instituto Católico da Cultura”, recentemente reativado nos Açores.
A responsabilização laical por D. João Lavrador é visível, por exemplo, nos quatro leigos que nomeou para serviços diocesanos, afinal, “deve ser entregue tudo” que não implica a presença do sacerdote “enquanto ministério sacerdotal”.
Por enquanto, esta partilha faz-se no setor da Pastoral da Família e Laicado, na Pastoral Social, na Direção Diocesana da Associação de Médicos Católicos e houve uma aposta na continuidade na área dos Bens Culturais.
“Há diversas áreas na vida diocesana que podem ser os leigos a liderar”, sublinha o prelado que já disse aos sacerdotes que “gostaria muito” que fossem preparando leigos para “assumirem responsabilidade que lhes toca”
D. João Lavrador sente-se açoriano nos Açores “e na diáspora” onde a Diocese de Angra tem muitos fiéis, nomeadamente, no continente americano; Atualmente, está programado ir a Toronto, no Canadá, depois de ter visitado a Califórnia, Nova Inglaterra e a zona da costa dos Estados Unidos da América.
“Procurei estar com o mesmo espírito e partilhar com eles tradições, a sua religiosidade, naturalmente, ouvi-los, escutá-los, partilhar as suas alegrias, esperanças e dificuldades”, explicou o bispo de Angra.
PR/CB