Bíblia dos Jerónimos

Monumental obra do Renascimento com raízes em Portugal Corria o ano 1495, quando D. João II encomendou a conceituados iluministas de Florença, Itália, a «Bíblia dos Jerónimos». Ao todo são sete volumes – com 3060 fólios de pergaminho – que mais tarde foram oferecidos por D. Manuel ao Mosteiro de Belém – actual Mosteiro dos Jerónimos. Textos das escrituras comentados por Nicolau de Lira e ilustrados com o requinte da arte da iluminura. Um tesouro renascentista revelado, recentemente, numa iniciativa editorial da Livraria Bertrand e da Italiana Franco Maria Ricci. Além da inédita publicação de fotografias (de autoria de Massimo Listri) de um significado conjunto de iluminuras da Bíblia dos Jerónimos, a edição (89 Euros) integra também dois trabalhos de investigação: o relato do historial de encomenda e do processo de feitura da Bíblia e outro sobre a importância do texto e das iluminuras. Trabalhos da autoria, respectivamente, de Martim de Albuquerque, antigo director da Torre do Tombo e professor da Faculdade de Direito de Lisboa, e de Monsenhor Arnaldo Cardoso. Para além do texto há também um trabalho extremamente minucioso na arte da iluminura, os autores da Escola de Florença, não pouparam a imaginação para ilustrar esta obra. Há pormenores realizados com pincéis de um único pêlo. Zita Seabra, da Editora Bertrand, disse ao ECCLESIA que “quando se amplia a ilustração é tudo proporcionado”. Um texto “precioso pelo seu carácter sagrado e beleza” – sublinha Martim Albuquerque. Uma obra esquecida que merece um “ponto de interrogação” – adiantou Arnaldo Cardoso mas os especialistas dizem que esta bíblia é das mais bonitas do mundo. Demorou cerca de três anos a concretizar e o seu preço equivale a uma catedral.

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