Celebração na Paróquia da Buraca marcou final de encontro nacional de agentes sociopastorais da Igreja Católica empenhados neste setor
Buraca, 14 jan 2018 (Ecclesia) – D. António Vitalino, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, defendeu hoje uma resposta global ao “grande problema” das migrações nas sociedades atuais, rejeitando soluções como “pactos de deportação”.
“Precisamos de encarar o problema de frente, não podemos fechar os olhos e pensar que não existe. Existe e todos os países do mundo têm de dar as mãos, para atuar junto destes nossos irmãos que saem das suas terras”, disse o bispo emérito de Beja, na Missa a que presidiu na igreja paroquial da Buraca (Patriarcado de Lisboa).
O responsável criticou o “pacto de deportação” no Mediterrâneo e citou o Papa para pedir um compromisso político que aprove um “pacto da mobilidade” na ONU, em 2018.
A celebração marcou o final do encontro nacional de agentes sociopastorais das migrações, que decorreu desde sexta-feira no Seminário de Alfragide (Lisboa), com o tema ‘Partilhar a viagem: Acolher, proteger, promover e integrar migrantes e refugiados’
D. António Vitalino sublinhou que esta é uma “grande realidade”, evocando de forma particular os migrantes que vivem “clandestinamente” nos países de acolhimento.
A intervenção evocou a mensagem do Papa Francisco para este 104.º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, na qual são propostos quatro verbos-chave: “acolher, proteger, promover e integrar”.
Para o bispo emérito de Beja, é necessário acolher quem bate à porta, independentemente de “raça ou religião”, vendo nestas pessoas “a presença de Jesus Cristo”.
Seguindo os verbos propostos pelo Papa, o responsável sublinhou a necessidade de “proteger” sobretudo os mais pequenos.
“Não somos uma sociedade assistencialista, temos de promover as pessoas”, prosseguiu.
Para D. António Vitalino, ver nos migrantes apenas “mão de obra” seria “indigno” de quem acolhe, pelo que apelou a integrar populações que são uma “riqueza” para a sociedade e para a Igreja.
“Quantos é que estão integrados nas nossas comunidades?”, questionou.
O encontro de agentes sociopastorais do setor das Migrações uniu a campanha “Partilhar a Viagem”, lançada em setembro de 2017 pela Cáritas a nível internacional – que pretende durante os próximos dois anos despertar consciências e estreitar as relações entre refugiados, migrantes e a sociedade em geral -, e a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado.
O evento foi organizado pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Cáritas Portuguesa e a Agência ECCLESIA.
OC