A Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco emitiu ontem uma advertência dirigida aos tribunais e Segurança Social, no sentido de não serem enviadas mais crianças para a Casa do Gaiato. Esta medida surge depois de a comissão ter analisado o relatório da Inspecção-Geral do Ministério da Segurança Social, que concluiu que existiam indícios de maus tratos físicos e psicológicos na instituição. Dulce Rocha, presidente da comissão, referiu aos jornalistas que “muitas vezes tenho visto relatórios onde a seguir não há provas e, portanto, acabam por ser elementos meramente indiciários”. O director nacional da Obra da Rua, Pe. Acílio Fernandes, considera que “não nos podemos substituir por assistentes sociais que nos elaborem relatórios e nós fiquemos no gabinete”. No editorial do último número do quinzenário “O Gaiato”, este responsável assegura que “não estamos cativos dos métodos do Padre Américo, mas sim do Evangelho que ele viveu”. A missão do Gaiato só pode ser levada a cabo por quem é capaz de “visitar os Pobres e viver as suas amarguras”, acrescenta. A divulgação das conclusões da Inspecção-geral do Ministério da Segurança Social sobre a Casa do Gaiato desencadeou manifestações de repúdio do documento. Para o Pe. Acílio as acusações presentes no documento são “infundadas e difamatórias”. “O nome da Casa do gaiato só sai beliscado na alma dos que não nos conhecem. Os que nos compreendem mais nos amam e ajudam”, assegura o director nacional da Obra.
