Papa condena atentados contra igrejas no Iraque

João Paulo II condenou ontem os atentados cometidos terça-feira em Mossul, Iraque, contra as igrejas cristãs. “Ontem (terça-feira) em Mossul, no Iraque, foram destruídos uma igreja arménia-católica e o edifício do arcebispado caldeu”, denunciou o Papa, perante vários milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, para a oração do Angelus. “Suplico ao Senhor, através da Virgem Imaculada, que o querido povo iraquiano possa finalmente conhecer um tempo de reconciliação e de paz”, referiu, endereçando condolências aos fiéis iraquianos “perturbados pelos atentados”. Terça-feira, duas igrejas cristãs foram atacadas, simultaneamente, por homens armados, em Mossul, grande cidade no Norte do Iraque. A igreja, de rito caldeu, uma das maiores da cidade, foi atacada por desconhecidos que colocaram explosivos em diferentes locais e os detonaram depois de evacuarem o recinto. Ao mesmo tempo, desconhecidos atacaram uma igreja arménia na zona leste de Mossul. Neste momento, numa população de 22 milhões de habitantes, o número de cristãos no Iraque é de cerca de 750 mil. Destes, 70% fazem parte da Igreja Católica caldeia. Cinco igrejas de Bagdad foram alvo de uma série de ataques simultâneos a 19 de Outubro que não fizeram vítimas. A minoria cristã já tinha sido alvo de actos de violência em Agosto, quando seis atentados contra locais de culto cristãos causaram 10 mortos e 50 feridos em Bagdad e Mossul. O arcebispo Fernando Filoni, Núncio Apostólico em Bagdad, definiu os dois episódios como “gravíssimos ataques covardes contra instituições e símbolos cristãos que não têm possibilidade de defender-se”. Numa entrevista concedida à agência AsiaNews, o prelado explica que a igreja arménia deveria ser inaugurada por alturas do Natal e que o ataque “demonstra a falta total de respeito pelos locais sagrados e as pessoas da violência terrorista”.

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