A Confederação internacional da Cáritas pediu às organizações católicas de solidariedade, desenvolvimento e serviço social que “aumentem os seus esforços” para ajudar as mulheres e meninas afectadas pela pandemia da SIDA. A “Caritas Internationalis” – que engloba 162 organizações católicas de assistência, desenvolvimento e serviço social, com presença em mais de 200 países e territórios – pede aos seus membros que promovam programas “destinados a dar uma atenção cuidadosa ao impacto do VIH/SIDA nas mulheres e meninas, mobilizando acções efectivas para responder a estas trágicas circunstâncias”. Por ocasião do Dia Mundial da Sida, assinalado a 1 de Dezembro, a Cáritas lamenta que as condições da sociedade tenham “criado um clima que deixa as mulheres e meninas vulneráveis a contrair a SIDA”. “Elas são confrontadas todos os dias com a sua relativa falta de controlo sobre a saúde pessoal, bem-estar e vida sexual, mesmo dentro do contexto do casamento”, diz o comunicado da organização. Vaticano preocupado com o impacto da SIDA nas mulheres O Vaticano considera que o impacto SIDA nas mulheres “aumenta a desigualdade e impede o progresso para a universalidade dos direitos”. A posição foi assumida na mensagem do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde para o Dia Mundial da SIDA. “A Igreja sempre defendeu com vigor a mulher e a sua grande dignidade, e luta para combater as discriminações que, ainda hoje, permanecem em grande parte da nossa sociedade, pedindo maiores esforços para eliminar as disparidades contra as mulheres nos sectores como a educação, a tutela da saúde e o trabalho”, pode ler-se. Em 2004, a jornada foi dedicada pela ONU às mulheres, por cauda da sua maior vulnerabilidade para contrair o vírus do VIH. O Cardeal Barragán sublinha ainda como, “respondendo ao apelo do Santo Padre, a Igreja Católica, desde o aparecimento deste terrível flagelo, sempre deu a sua contribuição, seja para prevenir a transmissão do vírus VIH, seja na assistência aos doentes e a suas famílias no plano médico-assistencial, social, espiritual e pastoral”. “Actualmente, 26,7% dos centros para o cuidado dos pacientes contaminados com o VIH no mundo são católicos”, assinalou. A mensagem indica como propostas de futuro a necessidade de apoiar os planos globais mundiais para combater a SIDA e solicita aos países industrializados que ajudem os países que têm necessidade nesta campanha ao “reduzir ao mínimo o preço dos medicamentos antiretrovirais necessários para tratar os doentes”. O responsável pelo Conselho Pontifício pediu melhor educação, abstinência sexual e mais acesso aos medicamentos para travar a doença. Citando João Paulo II, o responsável classificou a SIDA como uma “patologia do espírito”, que tem de ser combatida com práticas sexuais correctas e educação pelos valores.
