Pelas vítimas dos desastres rodoviários A “Estrada Viva – Liga contra o Trauma” convidou as comunidades religiosas do nosso país a associarem-se ao “Dia Mundial da Memória” com Orações pelas vítimas de desastres rodoviários nas celebrações do dia 21 de Novembro. Formalmente nenhuma respondeu, conforme referiu à Agência ECCLESIA Isabel Goulão, deste organismo, mas foram várias as igrejas onde as vítimas foram recordadas, sobretudo no momento da Oração Universal. A organização acusou as pessoas com responsabilidades públicas de “continuarem adormecidas perante o pesadelo dos traumas rodoviários”, que nos últimos 30 anos causaram 50 mil mortos em Portugal. A propósito do Dia da Memória das Vítimas da Estrada, a Estrada Viva – Liga contra o Trauma recorda que 250 mil pessoas ficaram com traumatismos profundos e 300 mil famílias foram afectadas. A Estrada Viva – Liga contra o Trauma acredita que a instituição em Portugal do Dia Mundial da Memória “representa um importante passo para o reconhecimento colectivo de que a sinistralidade rodoviária é uma epidemia com um impacto social”. As milhares de vítimas de acidentes rodoviários foram ontem homenageadas em pleno IP4, perto de Vila Real, e em Évora, com um “memorial de varas” que ficou na retina de todos. Na Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), “Responsabilidade solidária pelo bem comum”, datada de Setembro de 2003, os Bispos portugueses não tiveram dúvidas em apontar o dedo aos condutores como grandes responsáveis pelo “elevado e cada vez maior índice de sinistralidade rodoviária no nosso país”, apesar de terem em conta o deficiente traçado e o mau estado de muitas vias rodoviárias e veículos, ou a falta de sinalização correcta. Velocidade excessiva, ultrapassagens e outras manobras perigosas, condução sob o efeito do álcool e outras substâncias psicotrópricas, uso de telemóveis e audição de música em volume elevado, desrespeito pelas regras da cedência de passagem e desrespeito pelos direitos dos peões são algumas das causas enunciadas pela CEP para um nível de sinistralidade que consideraram “chocante”.
