Bispos da UE saúdam nova Comissão Europeia e lamentam polémica em torno de Rocco Buttiglione

Possível adesão da Turquia não levanta problemas A Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) manifestou a sua satisfação pela confirmação da nova Comissão Europeia e felicitaram Durão Barroso, que entrou esta manhã em funções como presidente da mesma. No texto conclusivo da sua assembleia de outono, os membros da COMECE sublinham a importância deste mandato e insistem “no papel que ela tem para trazer resposta às necessidades dos cidadãos europeus na busca do bem comum”. Os Bispos lamentam os atrasos ocorridos, de modo especial por causa da polémica em torno da “nomeação e opiniões pessoais de Rocco Buttiglione”, falando de “intolerância face às crenças pessoais do comissário designado”. “Eles exigem que a liberdade de religião e de expressão religiosa, acordada pelo Tratado Constitucional, seja inteiramente respeitada e assegurada em todas as instituições europeias na União alargada”, sublinha o comunicado final da assembleia plenária dos Bispos da UE, entre os quais D. Teodoro de Faria, em representação da CEP.Os desafios e prioridades de uma UE alargada foram os principais temas da reunião dos episcopados europeus. Sobre o novo Tratado Constitucional, os prelados saudaram os seus “valores e objectivos”, que consideram reflectir “a visão cristã do ser humano”, mesmo lamentando a ausência de uma referência ao Cristianismo na versão final do Preâmbulo desse texto. A adesão da Turquia à UE foi outro dos temas em discussão. No final do encontro, os Bispos afirmaram que a abertura das negociações com a Turquia deverá depender da vontade política do governo turco em “corrigir as falhas evocadas no relatório da Comissão Europeia no que diz respeito à liberdade religiosa e ao estatuto jurídico das minorias”. “Para a Igreja Católica é importante que a Turquia e a UE desenvolvam as suas relações de forma amigável e construtiva: não pode haver obstáculos de ordem religiosa a que um país de maioria muçulmana se torne membro da União Europeia”, sublinham. A COMECE deixou ainda uma palavra de preocupação pelos últimos acontecimentos na Holanda, relativos ao assassinato de Theo van Gogh, afirmando claramente que “as crenças ou ideologias religiosas não legitimam, nunca, a violência”.

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