D. José Alves alerta para perda de «sentido original» da celebração
Évora, 19 dez 2017 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora pede na sua mensagem de Natal que se repare “nas carências” na sociedade atual “marcada” por situações de insuficiência “económica, de abusos de confiança, de atropelos à justiça social, de desrespeito pela dignidade humana”.
“A celebração do Natal perderá o seu sentido original se ignorarmos as carências que existem à nossa volta e permanecermos fechados no nosso pequeno mundo”, escreve D. José Alves.
Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explica que o Natal convida “a sair da zona de conforto” para ir ao encontro de quem precisa da presença de cada um e de ajuda, por isso, convida a que se abram “olhos e ouvidos”.
“Reparemos nas carências de vária ordem que existem à nossa volta. Ouçamos os clamores que se levantam perto de nós. Deus ouviu o clamor do povo e veio ao seu encontro”, pode ler-se.
“Ouçamos também nós as vozes dos que clamam por justiça, dos que pedem ajuda, dos que mendigam o pão de cada dia. São as vozes dos nossos irmãos, com os quais Jesus Cristo se identifica. Ouvir as suas vozes é ouvir a voz de Cristo”, afirma o arcebispo de Évora.
D. José Alves realça que o Natal é “a época do ano que gera maior envolvência em todas as idades e camadas sociais”.
Neste contexto, destaca que nem todas as pessoas se referem ao Natal pelos mesmos motivos mas a quadra “exerce sobre todos uma forte atração”.
“Todos se lhe referem como algo extraordinário, carregado de uma espécie de magia, capaz de transformar os corações. E foi mesmo para transformar os corações dos seres humanos que o Verbo de Deus encarnou no seio de Maria e nasceu pobre e humilde em Belém”, desenvolve.
D. José Alves observa que há muitas celebrações natalícias que se afastam da perspetiva da fé e “esvaziam o Natal do seu sentido original e autêntico”.
Na sua mensagem de Natal, o arcebispo de Évora recorda que o Natal cristão celebra o nascimento de Jesus, “o Salvador”, que “continua a nascer, ao longo dos tempos”, agora “nos corações daqueles que lhe abrem a porta”.
CB