Diferenças na saúde em todo o mundo estiveram em análise no Vaticano
Cidade do Vaticano, 19 nov 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu à indústria farmacêutica que assuma o compromisso de garantir o acesso a medicação essencial às populações mais pobres, em particular nos países menos desenvolvidos.
O apelo foi deixado este sábado, numa mensagem à conferência internacional ‘Enfrentar a disparidade global em matéria de saúde’, que decorreu no Vaticano.
Francisco defendeu políticas de saúde “económica e eticamente sustentáveis”.
“Enquanto não se resolverem radicalmente os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira, lutando contra as causas estruturais da falta de equidade, não se resolverão os problemas do mundo”, declarou.
A conferência internacional foi promovida pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé, e a Confederação Internacional das Instituições Médicas Católicas (CIISAC), com uma delegação de 12 portugueses, nomeadamente o secretário da Comissão Episcopal de Pastoral Social e Mobilidade Humana, que é também coordenador nacional da Pastoral da Saúde.
Em declarações enviadas à Agência ECCLESIA, o padre José Manuel Pereira de Almeida referiu que esta conferência se realiza em continuidade com as que foram promovidas pela Comissão Pontifícia para a Pastoral da Saúde, beneficiando com o atual tratamento “mais vasto”
“Esta conferência internacional beneficiou muito, em termos de amplitude de horizontes, da inclusão da saúde nas dimensões mais vastas das questões sociais”, afirmou o coordenador nacional da Pastoral da Saúde.
O Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral é presidido pelo cardeal Peter Turkson, que afirmou na abertura dos trabalhos da XXXII Conferência Internacional sobre a saúde que o nível de “prosperidade de um país e o seu governo determinam o acesso aos direitos de cuidados de saúde”.
O presidente do Dicastério da Santa Sé lembrou as desigualdades sociais no mundo, deu como exemplo o facto de 62% das falências pessoais nos EUA se devem a despesas de saúde, responsáveis também pelo aumento da pobreza no mundo.
“Em cada ano, 100 milhões de pessoas no mundo acabam por cair na pobreza porque têm de pagar do seu bolso cuidados médicos, muitas vezes essenciais”, denunciou o cardeal Peter Turson citado pela Agencia SIR, da Conferência Episcopal Italiana.
PR/OC