Padre Lino Maia recorda ação dedicada às «carências sociais» e dignificação da pessoa
Porto, 25 set 2017 (Ecclesia) – O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) afirmou que D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal falecido este domingo, vai fazer falta à sociedade porque “amava aqueles com quem estava” e queria vê-los “dignificados”.
“D. Manuel Martins como pessoa, como bispo, como padre, amava aqueles com que estava. Amar é estar interessado a dar-se”, disse hoje o padre Lino Maia em declarações à Agência ECCLESIA.
O sacerdote considera que “toda a ação” do primeiro bispo de Setúbal se “caraterizou” por dar-se “aqueles com quem estava, que queria ver dignificados” e felizes.
O presidente da CNIS realça que a “atenção especial para as carências sociais, à necessidade da solidariedade entre gerações, os povos, as comunidades” de D. Manuel Martins não começou na diocese sadina, nem terminou quando passou a bispo emérito, mas já as manifestava na Igreja-natal do Porto.
Neste âmbito, recorda a “especial atenção aos pobres e desempregados” era uma preocupação permanente do bispo emérito para quem essa situação era “manifestação de muitas injustiças” e “erradicar a pobreza uma tarefa de todos, crentes e não crentes”.
“Como crente empenhou-se. Para ele o desempregado era alguém que não via a sua dignidade de pessoa respeitada”, observou.
O padre Lino Maia considera que o prelado “faz falta” à sociedade e espera que a Igreja “não abandone” a sua missão essencial de que “ele era sinal”.
“Tornar Deus visível nas pessoas, de estar ao serviço das pessoas, de todas as pessoas, e pugnar pela dignificação de cada um e de todos”, exemplificou, realçando que os bispos “têm estado atentos” e espero que a partir do exemplo de D. Manuel Martins “ainda ergam mais a sua voz e ação”.
D. Manuel Martins faleceu este domingo, às 14h05, aos 90 anos de idade, “acompanhado dos seus familiares e após receber a Santa Unção” na Maia, Diocese do Porto, segundo nota enviada à Agência ECCLESIA.
As exéquias fúnebres vão celebrar-se esta terça-feira, pelas 15h00, no Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos – Porto), onde já se encontra em câmara ardente.
O padre Lino Maia conta ainda que teve “o prazer, a alegria” de partilhar alguns momentos com D. Manuel Martins e recorda o amor aos outros porque considerava que “se não amasse aqueles com quem estava é porque estaria onde não devia estar”.
O “amar o próximo, o estar e servir o próximo” foi algo que “marcou profundamente” o sacerdote “ainda como jovem” e é uma “preocupação” que o tem acompanhado.
“Esta capacidade, este empenhamento em amar aqueles com que se está é para mim um exemplo, é um ideal imperecível”, concluiu o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
D. Manuel Martins foi o primeiro bispo nomeado para a então recém-criada Diocese de Setúbal, onde iniciou o seu ministério episcopal no dia 26 de outubro de 1975.
No dia 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II aceitou o seu pedido de resignação ao cargo de bispo de Setúbal.
CB/OC