Neste verão, muitos milhares de pessoas vão passar pelo Santuário de Fátima. Em ano de Centenário das Aparições, fica o convite para aproveitar a viagem e visitar a exposição ‘Um manto de todas as cores: a Virgem Maria no território de Leiria-Fátima, no Museu de Leiria, uma exposição artística que visa revelar a importância do culto mariano na Diocese de Leiria-Fátima. A viagem até à Rua Tenente Valadim, n. 41, em Leiria, é curta e vale a pena.
Apresentação
Sob o título “Um manto de todas as cores: a Virgem Maria no território de Leiria-Fátima”, o Museu de Leiria e o Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima apresentam uma exposição feita de testemunhos artísticos que mostram a importância do culto mariano na diocese de Leiria-Fátima.
Tomando como mote a celebração do Centenário das Aparições, as duas instituições mostram algumas das melhores peças que integram as coleções de arte sacra do Museu de Leiria e da Diocese, exibindo-as segundo um discurso que se pretende acessível a crentes e a não-crentes.
A figura da Virgem Maria é, assim, abordada segundo a sua biografia e segundo a cultura que resulta da forma como as populações, ao longo dos séculos, para ela olharam.
Surpreendente será o cruzar das representações antigas (de pintura e de escultura) com as encenações contemporâneas, sobretudo a partir da fotografia, da escultura e da pintura que, a partir de temas antigos, interpretam, não sem a necessária reflexão crítica, a realidade atual.
Como objetivo fundamental da exposição conta-se o de evidenciar o facto de, na cultura dos povos, a Virgem Maria ter sido e continuar a ser ‘topos’ que reúne diferentes formas de olhar o mundo, desde a inocência à maternidade, desde a solicitude relativa ao próximo até à compaixão, desde a mulher peregrina à pessoa dolorosa, desde a mulher ignorada à mulher glorificada.
A exposição tem quatro capítulos que vão fazer olhar para a iconografia de Maria como uma fonte do conhecimento do próprio homem e mulher que vive num determinado território povoado pelas múltiplas cores que caracterizam os inúmeros títulos com que Maria é venerada, aqui testemunhados a partir de material histórico, artístico e arqueológico.
A exposição vive da comparação entre a obra de arte antiga e a obra de arte contemporânea expressamente encomendada para esta finalidade, assim como da apresentação pedagógica que leva ao entendimento dos atributos simbólicos da figuração da Virgem e à forma de, segundo as diferentes reflexões estéticas, transmitir a temática da Virgem-Mãe.
Entre o espólio, exposto destacam-se algumas peças do Museu do Santuário de Fátima, entre elas um pedaço de azinheira guardado como relíquia da árvore das aparições de 1917 e o terço oferecido pelo Papa Francisco à Virgem de Fátima.
Marco Daniel Duarte
Comissário Científico