Crise na República Centro-Africana
Lisboa, 25 jul 2017 (Ecclesia) – O bispo de Bangassou, D. Juan José Aguirre, alertou para uma situação de “caos” com centenas de pessoas refugiadas na catedral desta localidade da República Centro-Africana.
“Metade da população de Bangassou fugiu”, procurando refúgio na República Democrática do Congo, afirma D. Juan José Aguirre, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
A fundação pontifícia sublinha que, “como pano de fundo a esta violência, está o conflito entre grupos armados, os Séléka, muçulmanos, e os anti-Balaka, constituídos como grupos de autodefesa”.
D. Juan José Aguirre dá conta de uma situação de absoluto caos, com “dois mil muçulmanos refugiados no pátio da catedral”, que se encontra defendida por tropas das Nações Unidas.
“Tudo começou a 21 de julho, quando os anti-Balaka raptaram uma jovem muçulmana”, explica bispo de Bangassou.
Em resposta ao sequestro, uma quinzena de jovens, extremistas islâmicos, sequestraram dois agentes humanitários da Cáritas com as suas famílias, posteriormente libertadas.
Os confrontos estenderam-se à catedral, que sofreu “graves danos materiais”, numa tentativa de incêndio.
Na manhã desta segunda-feira, refere o bispo, “dois elementos dos anti-Balaka tentaram entrar no acampamento” na catedral, onde se encontram refugiados dois mil muçulmanos, mas foram impedidos pelos capacetes azuis ao serviço da ONU.
Em maio, o bispo de Bangassou foi resgatado aos guerrilheiros pelos comandos portugueses que estão ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana.
Segundo os Combonianos, o prelado protege “milhares de muçulmanos” perseguidos pelas milícias locais na região situada a cerca de 700 quilómetros da capital Bangui.
OC