Fátima: D. António Marto evoca vítimas dos incêndios em Portugal e «dramas» do mundo

Peregrinação internacional de julho recorda ligação entre a Rússia e a Cova da Iria

Fátima, 12 jul 2017 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima recordou hoje na Capelinha das Aparições os “problemas e dramas do mundo”, em particular as vítimas da recente catástrofe dos incêndios de Pedrógão Grande.

D. António Marto convidou ainda à oração pela paz Médio Oriente, sobretudo na “Síria, Líbano e Iraque”, durante a saudação inicial aos peregrinos que participam nas celebrações comemorativas da aparição do 13 de julho de 1917.

A intervenção falou da “tragédia” dos refugiados e do “sofrimento dos cristãos perseguidos no mundo”, que foram colocados no coração da Virgem Maria, “mãe espiritual da humanidade”.

D. António Marto deu as boas-vindas ao grupo de bispos católicos de língua russa, numa peregrinação internacional aniversária que é presidida precisamente pelo arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi.

“A vossa presença, caros irmãos bispos, é muito grata e significativa para todos nós, exprime a íntima ligação da Rússia com a mensagem de Nossa Senhora em Fátima precisamente no mês de julho, ao pedir a consagração da Rússia ao seu imaculado coração”, sublinhou o bispo de Leiria-Fátima.

D. António Marto recordou os cristãos que viveram o “tempo de perseguição da Igreja pelo regime ateísta”, na antiga União Soviética.

“Muito obrigado pela vossa presença e pelo vosso testemunho”, acrescentou, motivando uma salva de palmas da assembleia.

O arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, que presidiu à abertura da peregrinação internacional de julho no Santuário de Fátima, sublinhou por sua vez a proximidade da Virgem Maria à vida dos peregrinos de todo o mundo.

“Cada um de nós tem uma imagem de Nossa Senhora que lhe é mais querida, e que traz sempre consigo. Penso, hoje, de um modo particular, na imagem de Nossa Senhora de Fátima, na qual encontro uma síntese da beleza da criação e um sorriso cheio de ternura para comigo, pecador”, assinalou, falando em português.

O arcebispo de Moscovo recordou as imagens com que os vários povos exprimem a sua devoção a Nossa Senhora.

A intervenção, na Capelina das Aparições, sublinhou a importância da peregrinação, que apresenta às pessoas uma meta, o “Reino dos Céus”.

“A resposta do peregrino é um rio de amor ilimitado, como podemos contemplar nos pastorinhos de Fátima, recentemente canonizados: pelo seu amor sem reservas, por terem acolhido na simplicidade dos seus corações o amor de Deus que se derramava nos seus corações através da Senhora do Rosário”, realçou.

D. Paolo Pezzi apontou a recitação do Rosário como ajuda para uma “vida de santidade”.

“A oração do Rosário faz-nos desejar ser como Jesus e Maria, estarmos com eles, caminhar com eles, oferecer as nossas vidas como Jesus e Maria as ofereceram pela salvação do mundo”, prosseguiu.

A celebração do 13 de julho tem como tema ‘A Virgem Maria, Mãe da Consolação’ e sublinha a ligação da Rússia a Fátima.

O prelado da Diocese da Mãe de Deus, em Moscovo, lidera uma peregrinação com cerca de 70 peregrinos, oriundos de vários países da ex-União Soviética, nomeadamente D. Iosif (Joseph) Vert, bispo da Diocese da Transfiguração em Novosibirsk, Rússia; D. Kirill Klimovich, bispo da Diocese de São José em Irkusk, Rússia; D. Clemens Pickel, bispo da Diocese de São Clemente em Saratov, Rússia; D. Tomash Peta, arcebispo da Diocese de Santa Virgem em Astana, Cazaquistão; D. Athanasius Shnaider, bispo Coadjutor da Diocese de Santa Virgem em Astana, Cazaquistão; e o padre Andrzej Madej, superior da Missio Sui Iuris, no Turquemenistão.

“Esta peregrinação, neste ano, tem um significado particular porque acontece no centenário das aparições de Nossa Senhora, que aqui em Fátima se dirigiu aos pastorinhos como uma mãe cheia de ternura para com os seus filhos”, disse D. Paolo Pezzi.

Além da peregrinação dos bispos católicos dos países de língua Russa, o Santuário de Fátima acolhe 140 grupos, oriundos de 27 países.

A peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de julho recorda a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia.

O testemunho dos videntes de Fátima regista que, na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.

Ainda nesta aparição teve lugar a visão do inferno e a revelação do sofrimento da Igreja e de um bispo vestido de branco, a trilogia que constitui o chamado Segredo de Fátima.

OC

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Agência ECCLESIA

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