Ofertório das Missas dos dias 1 e 2 de julho vai ajudar vítimas da região centro de Portugal
Lisboa, 01 jul 2017 (Ecclesia) – Os donativos recolhidos nas Missas celebradas nas comunidades católicas entre hoje e amanhã vão reverter para o apoio às vítimas dos recentes incêndios na região centro de Portugal.
Esta foi uma decisão tomada com “sentido de oração e solidariedade”, segundo o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
“As verbas serão canalizadas diretamente para Cáritas Portuguesa que depois fará o encaminhamento para que chegue o mais depressa possível junto das populações”, disse o padre Manuel Barbosa à Agência ECCLESIA.
A Cáritas já tinha avançado com a abertura de uma conta solidária – 'Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios' – (PT50 0035 0001 00200000 730 54), na Caixa Geral de Depósitos.
O porta-voz da CEP afirmou que “importante” é que a ajuda chegue e sejam “todos generosos”, até porque a iniciativa se junta a “outras” para poder resultar num “apoio muito importante para as pessoas que viveram e continuam a viver este drama”.
O peditório nas Missas do primeiro domingo de julho (e nas celebrações vespertinas de hoje) tinha sido anunciado no último dia 21 de junho.
O fogo que começou dia 17 de junho numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (Distrito de Leiria, Diocese de Coimbra), e se alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, provocou 64 mortes e mais de 200 feridos, além de terem atingido 90 casas e 25 empresas.
“Estamos todos solidários, com as pessoas que sofrem ainda desta grande calamidade, rezando pelos que partiram e louvando os que têm lutado contra esta situação da calamidade”, refere o padre Manuel Barbosa.
A Conferência Episcopal Portuguesa publicou a 27 abril deste ano a nota pastoral ‘Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios’ onde alerta para o “flagelo” dos incêndios e pedia a toda a sociedade que se mobilize para contrariar uma “chaga” de “proporções quase incontroláveis”.
“São coisas sabidas mas apontou alguns pontos, num breve documento, que incentiva à ação concertada onde a Igreja quer estar e deve estar por missão humana e cristã”, desenvolveu o padre Manuel Barbosa, realçando que o episcopado já se tinha pronunciado sobre este assunto “numa linha de ecologia, cuidado da natureza, das pessoas”.
O objetivo de publicar o documento já tinha sido divulgado em 2016 e existiram desde então diálogos “com a Presidência da República e com entidades do Governo” manifestando a intenção cooperação na “prevenção e evitar os incêndios”.
Entre outros aspetos, a nota pastoral apela, por exemplo, sobretudo para a vontade humana, da pessoa para uma “mudança de comportamentos, de hábitos sociais”.
“A natureza, ecologia é integral e é a própria pessoa que está em primeiro lugar como dom que é preciso preservar”, observou o sacerdote, realçando que “é preciso detetar, combater” e “punir, naturalmente”, mas ressalva que “não se trata de andar a acusar mas cuidar do bem comum de todos”.
Na nota pastoral ‘Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios’, os bispos portugueses destacam também a ação dos bombeiros, afinal “nunca é de mais reconhecer quem dedica a sua vida” num trabalho precioso.
PR/CB/OC