Aveiro: Novo plano pastoral tem tónica na «caridade» e muitas preocupações sociais

Bispo atento a realidade das IPSS, que atravessam «momentos muito difíceis»

Aveiro, 26 jun 2017 (Ecclesia) – O plano pastoral da Diocese de Aveiro para 2017-2018, que tem como palavra de ordem a “caridade”, pretende incentivar as comunidades católicas a irem ao encontro das várias preocupações sociais que marcam a região.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo de Aveiro destaca desafios comuns a outras dioceses, “os mais pobres, os sem-abrigo, as margens da sociedade”, mas depois também “algumas particularidades” desta região que “importa” atender, como “a marginalização fruto da prostituição” e “da toxicodependência”.

D. António Moiteiro espera que, através das alíneas traçadas para 2017-2018, e do percurso já percorrido nos últimos dois anos, seja possível promover cada vez mais uma ação católica social consistente e organizada.

“Há a caridade individual, que essa ninguém nos dispensa. Mas há depois a caridade que é fruto da comunidade. E isto implica a organização de grupos sociocaritativos, de grupos de pessoas que vão ter com os mais isolados, sozinhos, aqueles que mais precisam”, salientou aquele responsável.

O novo plano pastoral foi apresentado este domingo, no dia da Igreja Diocesana de Aveiro, que decorreu no Santuário de Schoenstatt, em Ílhavo.

Nas suas declarações, D. António Moiteiro incentivou as comunidades à “alegria” pois, utilizando uma expressão do Papa Francisco, os cristãos “não podem ter um rosto triste, nem de funeral, para anunciar o Evangelho”.

Aquele responsável manifestou depois a sua preocupação pela realidade atual das instituições de solidariedade social ligadas à Igreja Católica, que passam por “momentos muito difíceis”.

Muitas na região “estão quase na rutura financeira” e não têm condições para cumprir “os acordos que existem com a Segurança Social”, segundo os quais as instituições têm de garantir financeiramente 20 por cento do seu próprio orçamento.

A situação está particularmente complicada para instituições diocesanas que apoiam “crianças e jovens em risco” e que recebem muitos utentes “colocados pelo tribunal”.

“Os centros sociais paroquiais não têm verbas, como é que vão arranjar 20 por cento? Podem arranjar este ano, de campanhas, de ajudas, das comunidades cristãs e das paróquias. Mas este colmatar dos 20 por cento, em algumas situações, é impossível”, lamentou.

Durante o Dia da Igreja Diocesana de Aveiro, tomou posse o novo tribunal que vai tratar do processo de canonização da Beata Joana, princesa.

Destaque ainda para a nomeação do padre Manuel Rocha como novo vigário-geral da diocese, um cargo que até agora era ocupado pelo monsenhor João Gaspar.

A festa, que contou com a presença de milhares de pessoas vindas das paróquias e arciprestados de Aveiro, incluiu ainda o envio de alguns jovens em missão e a apresentação de crianças da infância missionária de quatro comunidades da diocese.

JCP

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