Media: Igreja Católica chamada a assumir frente digital

Responsáveis de secretariados de Portugal e Espanha estão reunidos em Múrcia

Múrcia, Espanha, 06 jun 2017 (Ecclesia) – O professor universitário Pablo Cano, da Universidade Católica de Múrcia (UCAM), disse hoje à Agência ECCLESIA que os responsáveis católicos têm de assumir a frente digital, na comunicação, com mensagens claras e de diálogo.

“A Igreja Católica tem o desafio de construir catedrais digitais, ou seja, locais onde todos possamos aceder, no ambiente digital, no qual sejamos recetivos a essa mensagem e possamos entrar, quando precisamos”, assinalou o especialista do Departamento de Comunicação Audiovisual.

O docente é um dos convidados no encontro dos bispos de Portugal e Espanha que coordenam o setor dos meios de comunicação social nas respetivas conferências episcopais, sobre o tema ‘A imagem para mostrar a identidade da Igreja’, que decorre em Múrcia.

Pablo Cano, que falou sobre comunicação e evangelização no terceiro milénio, sublinhou os desafios colocados por um mundo de “confusão”, onde existe “muito ruído”, com mensagens sucessivas que se “anulam” reciprocamente.

“A Igreja Católica tem de estar presente, mostrando a autenticidade da mensagem”, sustenta.

Para este responsável, a Igreja tem resposta para “muitas questões”, mas faltam “canais e pessoas” para que essas perguntas sejam colocadas.

Os trabalhos contaram ainda com uma intervenção do docente português Fernando Ilharco, sobre o tema ‘Ambiente e meios audiovisuais na comunicação da Igreja’.

O professor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa falou numa realidade “muito envolvida em imagens e em sons”, com maior complexidade face ao “ambiente literário, de raciocínio e relação causa-efeito”.

Para este especialista, vive-se num ambiente “intuitivo, imediato, emocional”.

“Estas novas imagens, a imagem digital, é a imagem que não vem apenas da representação do mundo exterior, é a imagem construída nos computadores, construída na tecnologia”, precisou.

Fernando Ilharco sustentou que a Igreja está chamada a adaptar-se a este mundo “imagético, sonoro”, um novo ambiente que pode ajudar a promover “mais comunicação e mais relacionamento presencial”.

“Não é fácil, é um desafio, porque os media digitais são muito sedutores”, acrescentou.

O docente da UCP fala num mundo mais próximo do “ambiente acústico”, no qual a informação chega “de todo o lado, permanentemente e em variação constante”.

O encontro entre a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Socais de Portugal e a Comissão Episcopal de Meios de Comunicação Social de Espanha decorre na cidade espanhola de Múrcia, de segunda a quarta-feira.

A realização de encontros ibéricos entre bispos que coordenam, nas respetivas conferência episcopais, o setor dos media começou nos mandatos em que D. João Alves, antigo bispo de Coimbra falecido em 2013, foi presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Socais, entre 1999 e 2005.

PR/OC

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