Investigação envolveu famílias com crianças até aos 8 anos
Lisboa, 06 jun 2017 (Ecclesia) – Um estudo da Universidade Católica Portuguesa, sobre a relação das crianças com as novas tecnologias, e o papel da família, mostra que os pais “temem a utilização das redes sociais” e o acesso dos filhos a “conteúdos impróprios na internet”.
Este trabalho, enviado hoje à Agência ECCLESIA, abrange crianças entre os 0 e os 8 anos de idade.
Tem por base um “estudo exploratório” feito o ano passado, a partir do qual foi possível detetar algumas “mudanças” na “forma como as crianças e as suas famílias se envolvem com as tecnologias digitais no contexto português”.
O texto refere que “estes já não estão tão ansiosos com a utilização das tecnologias pelos filhos e as suas perceções são mais positivas”, no que toca por exemplo às vantagens que estes meios representam para a aprendizagem no meio escolar.
“Pais com atitudes positivas relativamente às tecnologias são mais permissivos e participativos, ao passo que pais com atitudes negativas são mais restritivos e menos participativos”, pode ler-se.
No entanto, “apesar de mais permissivos, os pais adotaram uma postura mais atenta (admitem supervisionar também o conteúdo, e não apenas o tempo de utilização) e em alguns casos participativa”.
“A utilização das redes sociais” está no topo das preocupações dos progenitores entrevistados, a par de situações como o acesso a “conteúdos impróprios na Internet, sobretudo violentos, assustadores ou relacionados com sexo”.
“Muitos dos pais” já falaram acerca destes temas com os filhos “e instruíram-nos para não verem esses conteúdos”.
Sobre outros temas, “como segurança, proteção de dados, exploração comercial, cyberbullying”, por agora não são ainda muito abordados.
O referido relatório da Universidade Católica Portuguesa tem como título ‘Crianças (0 aos 8 anos) e as Tecnologias Digitais: Que mudanças num ano?’ e foi realizado pelas professoras Patrícia Dias, da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, e Rita Brito, da Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Educação e Formação, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Conta também com a coordenação do Centro de Pesquisa Conjunta da Comissão Europeia.
Ainda no campo dos resultados, esta pesquisa demonstrou que “o tablet continua a ser o dispositivo preferido das crianças” e que, apesar de utilizarem as tecnologias com maior regularidade, quer para efeitos pessoais quer escolares, os mais novos continuam a ser mais consumidores “passivos” do que sujeitos “produtores de conteúdos”.
JCP