Lisboa, 05 mai 2017 (Ecclesia) – Os militares da Base Aérea de Monte Real estão a ultimar preparativos para a receção ao Papa Francisco, que irá aterrar naquela unidade no dia 12 de maio e contactar assim pela primeira vez com solo português.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o coronel João Caldas, comandante da Base Aérea n.º 5, como é designada, antecipa “um dia muito especial para todos” os que ali trabalham, para os que “integram as fileiras da Força Aérea”, respetivas famílias e também “para os católicos portugueses” em geral.
No campo pessoal, o comandante considera a vinda do Papa também um marco para a sua carreira, para a missão que assume na Base Aérea de Monte Real desde 2015 e para a sua fé.
“Rezámos muito para que isto fosse uma realidade”, realça o coronel João Caldas.
De acordo com o programa divulgado pela Santa Sé, a chegada do Papa a Monte Real está prevista para as 16h20 do dia 12 de maio.
Francisco desloca-se a Portugal como peregrino, no âmbito da comemoração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917 – 2017) e irá também presidir à canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto, no dia 13 de maio.
Esta é a terceira vez que um Papa escolhe aterrar na Base Aérea de Monte Real, depois de Paulo VI em 1967 e de São João Paulo II, em 1991.
Aquela unidade militar conserva vários sinais da passagem dos referidos pontífices, nomeadamente um relógio de sol com duas placas alusivas ao momento, um cálice e uma patena oferecidos por Paulo VI e uma cruz de madeira dada por João Paulo II.
Situada a cerca de 40 quilómetros de Fátima, a Base Aérea n.º 5 é a ‘casa’ dos caças F16 responsáveis pela proteção do espaço aéreo português.
No dia 12 de maio, há a possibilidade da aeronave que transporta Francisco ser escoltada por uma coluna de F16.
“Sendo Sua Santidade um chefe de Estado, irá ter as mesmas honras que outros chefes de Estado, com as particularidades da sua vinda. Poderá acontecer o acompanhamento, tanto à chegada como à saída, por uma parada de F16”, admite o coronel João Caldas.
A ideia será “dar as boas-vindas” ao Papa “logo à fronteira” de Portugal e depois trazer a aeronave até aos nossos domínios”.
Em preparação está um presente especial para oferecer a Francisco, mas por agora a sua constituição permanece em segredo.
Completamente definida está já a formação de “um cordão humano” tanto no dia 12 como no dia 13, no acolhimento e na despedida de Francisco, envolvendo “militares e funcionários civis, com respetivas famílias”.
A exemplo dos Papas Paulo VI e João Paulo II, o Papa argentino vai marcar a chegada a Monte Real, e já depois das cerimónias protocolares e de uma breve audiência com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com uma ida à capela da Base Militar.
Francisco irá rezar diante da imagem de Nossa Senhora do Ar, padroeira da Força Aérea, durante cerca de “15, 20 minutos”, adianta o capelão da unidade, o padre Manuel Silva.
“É curioso o Papa Francisco pedir recolher-se também nesta capela em silêncio, para um momento de oração, e nós vamos rezar com ele”, aponta o sacerdote.
Para marcar a presença do Papa na Base Aérea de Monte Real, vai ser distribuída por todos os militares e civis uma dezena com o nome de Francisco, com a data e a designação da unidade; também uma pulseira com uma cruz e uma medalha alusiva ao Centenário de Fátima, cunhada pelas Monjas de Belém.
HM/JCP