Portugal: «Santidade de Francisco e Jacinta» incentiva Igreja «à conversão», realçam bispos

Conferência Episcopal Portuguesa emitiu nota pastoral sobre a canonização dos dois mais jovens videntes de Fátima

Fátima, 13 mai 2017 (Ecclesia) – A canonização de Francisco e Jacinta Marto, a que o Papa vai presidir hoje em Fátima, representa um desafio para a Igreja Católica, segundo os bispos portuguesas.

A última Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) dedicou uma nota a este momento de “júbilo” para toda a Igreja, reforçado pela presença do Papa Francisco.

Os membros da CEP sublinham depois que “a santidade de Francisco e Jacinta” deve “desafiar a Igreja Católica à conversão”, pelo modo como “cada um deles contemplou, assimilou e refletiu a imagem de Cristo”.

Primeiro, ao acolherem com uma “confiança total e disponível” as Aparições de Nossa Senhora em Fátima e não fecharem o seu coração aos apelos que receberam: o desafio de se “oferecerem” completamente a Deus, de rezarem a “favor da reconciliação dos pecadores e da paz no mundo”, e de intercederem pelos “mais vulneráveis”.

Para os bispos portugueses, “Francisco e Jacinta fazem, na sua espiritualidade, a síntese daquilo que a Igreja é continuamente chamada a ser: contemplativa e compassiva”.

Depois, por serem também exemplos de “coerência” na fé, de fidelidade aos acontecimentos que testemunharam na Cova da Iria, mesmo perante a ameaça e a prisão.

“Apesar da sua tenra idade, quando são instados a negar as aparições ou a revelar o que lhes fora confiado como segredo, permanecem fiéis à verdade, assumindo o sofrimento que a opção lhes causava”, pode ler-se.

Para os membros da CEP, o “exemplo” de Francisco e Jacinta Marto “evidencia que se pode testemunhar a fé em Cristo em qualquer condição de vida: de criança, de adulto ou de ancião; seja-se extrovertido ou tímido; no areópago da culta Atenas do primeiro século, no lugar de Aljustrel do início do século passado, ou hoje, no mundo global”.

“Sirva este exemplo como incentivo a uma pastoral capaz de revelar, desde a infância, a beleza da vida em Deus e a exigência do compromisso que dela resulta”, acrescentam os responsáveis católicos.

Francisco e Jacinta Marto, dois irmãos naturais de Aljustrel que, entre maio e outubro de 1917, presenciaram as Aparições de Nossa Senhora em Fátima juntamente com a prima Lúcia de Jesus.

As duas crianças, que viram a sua vida encurtada pela doença, deixaram no entanto um legado que os bispos portugueses consideram “um precioso bem para a Igreja” e por isso merecedor de ser elevado à “glória da santidade”.

Além disso, a CEP frisa que “nos dois milénios de história da Igreja, Francisco e Jacinta Marto são as primeiras crianças não martirizadas a serem declaradas modelo de santidade”.

“Somos convidados a olhar para o exemplo de vida destas crianças, cientes da semente de fé, esperança e amor que elas semeiam na história humana (…) Testemunhas da misericórdia de Deus, Francisco e Jacinta continuam a levedar a história com a força da caridade que transforma os corações”, concluem os bispos.

JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top