Cardeal-patriarca de Lisboa sublinha dimensão de «esperança» das Aparições na Cova da Iria
Fátima, 24 abr 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, disse hoje em Fátima que a visita do Papa Francisco, no Centenário das Aparições, vai trazer uma mensagem de esperança num “cenário mundial agitado”.
“O cenário mundial é agitado, os problemas globais são muitos e o sentimento de perigo aumentou exponencialmente, quando se sabe ou julga saber de tudo e de toda a parte, rapidamente demais para ser discernido, situado e integrado”, assinalou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), no discurso de abertura da Assembleia Plenária dos bispos católicos, que decorre até quinta-feira.
Em Fátima, observou D. Manuel Clemente, abriu-se uma “porta salvadora".
“O mais importante de Fátima é o constante caudal de conversões que daqui corre, com inestimável benefício próprio e alheio”, prosseguiu.
D. Manuel Clemente recordou o contexto em que aconteceram as Aparições de 1917 na Cova da Iria, durante a I Guerra Mundial, com “dificuldades grandes” para a vida da Igreja e da sociedade, no qual os pastorinhos apresentaram um apelo de “conversão” e de paz.
“Assim mesmo se entenderá a próxima visita do Papa Francisco no presente momento mundial e eclesial, tornado verdadeiro peregrino da esperança, garantida pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria”, declarou.
O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou que a próxima visita do Papa, a 12 e 13 de maio, e a comemoração do Centenário das Aparições são uma ocasião para “retomar Fátima e a sua mensagem”.
“Muita gente foi percebendo, também a partir de Fátima, que os grandes desastres humanitários e pessoais têm raiz mais profunda e consequência mais duradoura do que aquilo que imediatamente parece”, alertou.
A mensagem de 1917, referiu o presidente da CEP, aparecia em “contraste” com as “expetativas comuns” e as preocupações mediáticas, chamando todos a “mudar de vida”.
“Da visão do Inferno em que podemos cair – e as imagens com que os pastorinhos o viram não são assim tão diferentes das que os media hoje nos transmitem, a crianças e adultos, de repetidas destruições e carnificinas por esse mundo além – os videntes passaram ao Coração de Maria, que a graça divina tornou imaculado, para com Ela correspondermos em Cristo à vontade recriadora de Deus, por nós e pelos outros, «principalmente os que mais precisarem»”, detalhou.
A intervenção evocou os três momentos sucessivos do “segredo” de Fátima, uma “mensagem de esperança” face ao “confronto” entre o bem e o mal aos mais diversos níveis.
“Assim nos aproximaremos do que realmente atrai tantas pessoas a Fátima, individualmente ou em grupo, de Portugal ou do mundo inteiro: necessidades e urgências de cada um e dos seus, certamente. Mas, em tudo e através de tudo o que possa ser, um apelo mais ou menos apercebido a respostas definitivas”, sustentou o cardeal-patriarca.
O presidente da CEP deixou uma observação sobre a “dificuldade em resistir à velocidade” sentida pela comunicação social e as redes sociais, considerando que nem sempre os media conseguem “entender o que está em jogo nas vicissitudes eclesiais”.
A Conferência Episcopal Portuguesa está reunida em Fátima até quinta-feira numa Assembleia Plenária com eleições para a presidência e as direções das comissões do organismo católico, no triénio 2017-2020.
OC