Fátima: Francisco o «místico» e Jacinta «novelo de amor»

Padre Aventino Oliveira recorda conversas com o pai dos futuros santos portugueses

Fátima, 20 abr 2017 (Ecclesia) – O padre Aventino Oliveira conviveu na sua juventude com os pais de Francisco e Jacinta Marto, que vão ser canonizados pelo Papa Francisco em Fátima, no dia 13 de maio.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o religioso dos Missionários da Consolata destaca a confiança que Olímpia de Jesus e Manuel Pedro Marto, conhecido como Ti’Marto, sempre tiveram nos seus filhos, na veracidade do testemunho que deram, acerca das Aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria.

“O Ti Marto era um homem muito espiritual, não sabia ler nem escrever, mas era muito espiritual, e de facto ele acreditou nas aparições desde o primeiro dia, porque dizia: ‘a maneira como eu eduquei os meus filhos eles não eram capazes de inventar uma história destas”, recorda.

Enquanto jovem seminarista e sacerdote, nas décadas de 1940 e 1950, o padre Aventino Oliveira acompanhou de perto a evolução do Santuário de Fátima e a consolidação da devoção a Nossa Senhora de Fátima.

Esteve durante muitos anos nos Estados Unidos da América, onde desempenhou um papel importante na propagação da Mensagem de Fátima e da espiritualidade dos dois futuros santos portugueses.

Com base no relato dos pais e nos testemunhos da época, o padre Aventino Oliveira traça um retrato dos dois irmãos e pastorinhos, destacando em primeiro lugar o apego à oração de Francisco.

“O Francisco era muito calmo, e tornou-se um místico. Ele viu como o Anjo adorou a Eucaristia nas Aparições e entrou-lhe esta ideia da adoração e passava tempo sozinho na igreja a adorar o Santíssimo”, salienta.

Quanto a Jacinta, o sacerdote dos Missionários da Consolata destaca o seu espírito de sacrifício, em favor da conversão das almas.

“A Jacinta era um novelo de amor, uma coisa incrível. Amor pelos pecadores, sempre a escolher, a inventar sacrifícios para que muitas outras pessoas viessem a conhecer a Deus”, acrescenta.

O padre Aventino Oliveira, de 84 anos, integrou o primeiro grupo de seminaristas formados por João de Marchi, sacerdote italiano que trouxe os Missionários da Consolata para Portugal.

João de Marchi que escreveu o livro ‘Era uma Senhora mais brilhante que o Sol’, hoje já na sua 26.ª edição, baseado em entrevistas a familiares dos três pastorinhos e videntes de Fátima, Francisco, Jacinta e Lúcia, e também no testemunho da própria Lúcia, neste caso em maio de 1946.

O padre Aventino Oliveira destaca a canonização de Francisco e Jacinta Marto, que vai ser presidida pelo Papa Francisco no Santuário de Fátima, a 13 de maio deste ano, como um marco na história da Igreja Católica universal e em Portugal.

“É a primeira de crianças não-mártires, portanto é uma primeira mundial e na Igreja Católica, de canonização de crianças”, completou.

JCP

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Agência ECCLESIA

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