Lisboa, 10 abr 2017 (Ecclesia) – A Fundação São João de Deus está a desenvolver o projeto ‘Mind Up’ destinado a pessoas com problemas de saúde mental que pretendem manter uma “ocupação regular” e que vai desenvolver em ambiente de cowork.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Fundação São João de Deus explica que o projeto nasce da ideia de que “as pessoas conferem sentido à vida” quando realizam ações com sentido e significado.
Neste contexto, é preciso uma rede de suporte que apoie e acredite nas suas capacidades e os ajudem a concretizar o seu potencial.
O ‘Mind Up’ assume-se como uma “alternativa inovadora” aos atuais Fóruns Socio-Ocupacionais e é um projeto desenvolvido em “ambiente de cowork” e pretende apostar no “desenvolvimento de atividades significativas” para os participantes que vão ser concretizadas através de projetos de equipa e na participação em projetos comunitários.
A Fundação São João de Deus explica que no cowork, “limitado a cerca de seis coworkers”, está sempre presente uma psicóloga, neste caso a psicóloga clínica Filipa Aniceto, que diariamente acompanha os participantes do Mind Up e os ajuda a orientar os seus projetos.
A instituição apresenta como exemplo o primeiro participante do projeto que “sempre teve interesses bem marcados” mas que, ao longo dos anos, estiveram adormecidos, devido à impossibilidade de enveredar por uma carreira profissional ligada à fotografia e ao vídeo.
Carlos é engenheiro “bem-sucedido” e já tinha mais de 40 anos quando foi diagnosticado com distúrbio bipolar tendo sido “obrigado, pela entidade patronal, a desistir das suas funções” e é no projeto ‘Mind Up’, como coworker, que está a desenvolver as suas competências através de ações de formação de edição de vídeo.
“Através da mobilização de recursos internos, aprendizagem de estratégias de gestão de dificuldades, ajuda na planificação de objetivos e rotinas, e prevenção de situações de crise, pretende-se melhorar as ferramentas de manutenção de bem-estar, que facilitem a realização das atividades do quotidiano, os relacionamentos interpessoais e os projetos delineados no Mind Up”, desenvolve Filipa Aniceto.
A Fundação São João de Deus alerta que é importante estar atento aos sintomas iniciais da doença mental – que “não escolhe idades, carteiras, profissões ou estatutos sociais” – e perceber que ter uma doença mental “não é o fim da linha”.
CB