Cerca de 70.000 pessoas morreram na região sudanesa de Darfur desde Março passado devido a condições de vida precárias, na sequência do conflito que as obrigou a abandonar as suas casas, anunciou hoje a Organização Mundial de Saúde. O representante do director desta agência das Nações Unidas na região, David Nabarro, estima que é ainda necessário muito trabalho para determinar o número real de mortos nesta região oeste de Darfur, causadas na sua maioria “por doenças diarreicas, agravadas pela má nutrição”. O número de deslocados foi também actualizado pela OMS para 1,65 milhões, contra os 1,4 milhões anteriormente estimados, dos quais 200.000 estão refugiados no vizinho Chade. O conflito começou em Fevereiro de 2003 entre dois grupos rebeldes, que reivindicavam mais apoios do governo de Cartum e as forças governamentais, apoiadas pelas milícias árabes “Janjawid”, acusadas de cometerem atrocidades contra civis, de maioria cristã e animista. O responsável da OMS acrescentou que a média da taxa de mortalidade em Agosto se situava em 2,6 em cada 10.000 pessoas por dia, atribuindo este índice elevado à dificuldade de acesso das organizações humanitárias à região. A confederação internacional da Cáritas alertara para o recrudescimento dos conflitos e para o aumento do número de deslocados internos. A Caritas Intaernationalis considera que “é necessário fazer mais, porque a situação é insustentável”.