Solidariedade: Cáritas Diocesana de Lisboa rejeita «escândalo» criado em volta da sua situação financeira

Organização católica lamenta desvalorização de trabalho na área social

Lisboa, 09 mar 2017 (Ecclesia) – A Direção da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) reagiu hoje em comunicado às notícias sobre a sua situação e gestão financeiras, rejeitando a tentativa de criar um “escândalo” com este tema.

“Tornar escândalo os montantes, ainda que os valores estejam atualmente incorretos por excesso, do que a instituição detém em contas bancárias, e que se encontra ao serviço da Igreja Diocesana e de projetos em curso ou futuros, desconhece simplesmente o esforço dedicado de direções anteriores e a ação sociocaritativa da CDL”, refere uma nota divulgada na página oficial da instituição católica.

A CDL reagia a uma notícia do jornal ‘Público’ sobre a instituição, segundo a qual a Cáritas Diocesana de Lisboa teria mais de dois milhões de euros em depósitos bancários e cerca de 320 mil euros investidos em obrigações.

A CDL explica que esses montantes “pouco mais cobrem que ano e meio a dois anos de salários dos quase 50 trabalhadores” da instituição, que depende de donativos para obter 60% das receitas anuais, “absolutamente incertas”.

O comunicado realça a necessidade de “relevar a importância da gestão dos limitados recursos face às obrigações”.

“Que perda de oportunidade, ao desvalorizar-se o trabalho e esforço diário de tantos, procurando mesmo penalizar esse esforço, apoucando-o, mediocrizando-o e procurando influir na atitude de quem nos apoia e ajuda a ser sustentáveis”, lamenta a CDL.

A nota oficial fala em “oportunidade perdida” para falar do trabalho da instituição católica, questionando os motivos que levaram o jornalista a manter preocupações com a Cáritas Diocesana de Lisboa “durante quase 3 anos, com recurso a instituições públicas e privadas, e mesmo a tribunais, usando o bom nome da instituição para obter informação que é de domínio público”.

“A CDL tem compromissos permanentes que honra escrupulosamente, nomeadamente os salários a cerca de 50 trabalhadores, bem como impostos devidos, tendo as suas contas absolutamente em dia, com um sítio na internet onde espelha os seus relatórios de atividade e contas, relatórios de atividade mensal, encontrando-se certificada numa serie de serviços segundo standards internacionais e tendo projetos de futuro relevantes”, pode ler-se.

A organização católica de solidariedade precisa que o montante dos donativos recebidos “não pode ser simplesmente vertido em doações porque há muitos outros serviços que são prestados à comunidade por pessoas concretas”.

O presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa, José Frias Gomes, alegara hoje total desconhecimento dos factos referidos esta quinta-feira numa notícia do jornal ‘Público’, que dá conta de uma denúncia no Ministério Público relativa a alegados crimes, incluindo burla qualificada.

“Eu não fui notificado de nada, não sei rigorosamente de nada, pelo que estou completamente às escuras. Sei por um jornalista – e acho isto inacreditável – que, eventualmente, há uma denúncia – não sei se queixa ou denúncia qualquer – e que os departamentos de justiça irão avaliar se isso tem pernas para andar”, disse à Rádio Renascença.

OC

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