Solidão com sentido
Todo o ambiente de Fátima, no recinto ou nos diferentes espaços de oração e culto, convida à interioridade. São lugares para estar sozinho. E mesmo quando se habita aquele altar do mundo com um grupo, uma peregrinação, há sempre momentos em que cada um, cada peregrino, experimenta o “estar sozinho em Fátima”.
Adoração
Desde o dia 1 de janeiro de 1960 que há um lugar que convida especialmente à interioridade: a capela do Santíssimo Sacramento, ambiente de adoração permanente a Jesus Cristo Eucaristia: “Lausperene”
Ao pensar numa rubrica sobre Fátima em torno da possibilidade que o Santuário oferece para permanecer numa solidão fortemente preenchida, habitada por Deus, por uma experiência espiritual, chega-se com naturalidade a este espaço de adoração permanente. É no Lausperene que muitos peregrinos experimentam momentos de oração intensos, percorrem itinerários de vida voltados para o seu interior. Cada peregrino está sozinho, mas fortemente preenchido por percursos pelos seus percursos de vida, aqueles e aquelas que com ele se cruzam e sobretudo alertados para os desafios que Deus propõe, em determinada fase das suas vidas.
Lausperene
A adoração e a Eucaristia são dois temas marcantes da Mensagem de Fátima, tanto pelas memórias das Aparições do Anjo, em 1916, como pelas revelações de Nossa Senhora aos três pastorinhos, entre maio e outubro de 1917. Referência principal desse convite que emerge da Mensagem de Fátima é Francisco Marto e o seu “o jeito contemplativo” com “procurava o recolhimento e o silêncio para ‘pensar em Deus’ e para o consolar” o “Jesus escondido”.
Em 1959, D. João Pereira Venâncio, bispo de Leiria, quis traduzir esta marca da Mensagem de Fátima numa proposta que o Santuário oferecesse aos peregrinos, criando um espaço para a adoração ao Santíssimo Sacramento e dando especial relevo à Eucaristia no ambiente do Santuário. Esse espaço de culto e adoração inicia no dia 1 de janeiro de 1960, com o compromisso assumido pelas Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima de adorarem, dia e noite o Santíssimo Sacramento exposto na Capela do Lausperene.
Primeiro, a Capela do Lausperene situou-se na Casa de Nossa Senhora do Carmo; em 1964, mudou para a Capela do Milagre do Sol, na colunata norte, onde permaneceu até 1987; nessa ocasião, voltou para a primeira capela, após obras de restauro, e enriquecida com um Ostensório do escultor Zulmiro de Carvalho; no dia 13 de julho de 2008, a Capela do Lausperene foi transferida para a Capela do Santíssimo Sacramento, localizada na Galilé de S. Pedro e S. Paulo da Basílica da Santíssima Trindade.