Vida Consagrada: Responsável pelo setor no Vaticano reconhece conjuntura difícil «que precisa de renovação»

«Muitas pessoas não encontram o ideal que pensaram no coração», realça D. João Braz de Aviz

Cidade do Vaticano, 02 fev 2017 (Ecclesia) – O prefeito da Congregação para a Vida Consagrada desafiou hoje todos os consagrados a viverem a sua missão com “perseverança e coragem”.

No Dia Mundial da Vida Consagrada, que a Igreja Católica assinala esta quinta-feira, D. João Braz de Aviz admitiu que este setor vive “um momento novo”, marcado pela dificuldade, uma conjuntura “que precisa de renovação”.

Numa entrevista difundida pela Rádio Vaticano, aquele responsável salientou a importância dos religiosos e religiosas “saberem reconhecer o que Deus quer deles” e procurem “de novo o sentido desta vocação, mais a fundo e com mais coerência”.

De acordo com a Santa Sé, cerca de 2300 religiosos e religiosas abandonam a vida consagrada todos os anos, sobretudo por razões relacionadas com a perda da fé.

Uma realidade que já foi abordada recentemente em Roma, numa audiência do Papa Francisco com os membros dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

“Sem o Papa, não sei como seria, porque é ele que nos dá as grandes linhas mas ele dá de dentro – porque ele diz eu sou consagrado como vocês. Sem essa presença forte, nós teríamos mais dificuldade”, sublinha D. João Braz de Aviz, revelando ainda que “o Papa nunca economiza” quando tem de afirmar “a beleza da vida consagrada”.

Para o cardeal brasileiro, as estatísticas de abandono atuais são “muito altas” e são ainda mais desafiantes porque dizem respeito a consagrados de “todas as idades”.

 “Muitos saem depois dos votos perpétuos, dois ou três anos depois dos votos perpétuos. Temos também muita gente que questiona o modo de ser da vida consagrada, como ela é hoje, e em muitas partes têm razão porque muda a cultura”, explica D. João Braz de Aviz.

Depois é preciso ter ainda em conta “problemas ligados às vocações, porque nascem menos pessoas, e por outro lado menos pessoas percebem o valor da vida consagrada”.

Existem hoje muitas pessoas que “procuram a vida consagrada e depois não encontram o ideal que pensaram no coração”, admite o prefeito da Congregação para a Vida Consagrada, que defende a necessidade de todas as conferências religiosas no mundo “caminharem no aprofundamento” destes desafios.

JCP

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