Encontro «Do Clique ao Toque», em Braga, dedicado ao ensino religioso nas escolas
Braga, 30 jan 2017 (Ecclesia) – A possibilidade de apresentar a fé católica com recurso a “dispositivos digitais” esteve em reflexão na jornada ‘Do Clique ao Toque’, dinamizada pelo Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP), na Faculdade de Filosofia e de Ciências Sociais.
“Emerge a consciência que o grande desafio está não nas ferramentas e recursos mas na atitude com que se aborda a web e se utiliza estes dispositivos ao serviço da educação cristã”, disse este sábado o cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues.
Na conferência ‘A educação cristã na Web’, o docente da UCP explicou que as novas formas de narrar e escutar implicam uma “ecologia digital acolhedora”, capaz de “amparar as perguntas” que na web se podem fazer e que “não se encontram noutros lugares”.
“As novas paisagens mediáticas permitem integrar a continuidade bidirecional entre o virtual e o presencial”, observou, na intervenção que encerrou o encontro de formação ‘Do Clique ao Toque’.
O sacerdote referiu que a fé, ao ser percebida como relação, “pede um processo de transmissão” e é um processo na medida em que “supera o tempo e o espaço” o que evidencia a importância e o significado da tradição, “que de si inclui algo muito próximo à educação”.
“A educação da fé e a formação dos educadores da fé deve ter como solo privilegiada a reflexão sobre a transmissão da fé nas suas diversas coordenadas: pessoal, eclesial e de conteúdo. Estas coordenadas assumem focos diferentes ao serem integradas na cultura digital”, desenvolveu o mestre em pedagogia do e-learning.
Segundo o cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, para a educação da fé “não basta dizer” sendo “preciso também suscitar a fé”, promovendo o diálogo através de uma proposta significativa para cada indivíduo pela “narração da experiência pessoal de fé, pelo testemunho, convida-se outro à experiência de Deus”.
O professor universitário constatou que as possibilidades de usar a internet ao serviço da educação cristã “são muitas vezes olhadas de soslaio” uma vez que pode parecer que “não integra a dimensão física da realidade” e é uma dificuldade a que têm “de dar resposta”, escutando o documento ‘A Igreja e a internet’, de 2002, do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (Santa Sé).
No segundo encontro ‘Do Clique ao Toque’, o conferencista destacou que as novas tecnologias “não são meros instrumentos” mas promovem um “determinado estilo de sociedade à qual e através da qual é preciso evangelizar”.
“Este é um processo comunitário, logo responsabilidade de todo o corpo eclesial onde cada sujeito é convidado a contribuir com a narração da sua experiência de Deus, com o seu testemunho”, acrescentou, na Faculdade de Filosofia e de Ciências Sociais.
Na intervenção, que está disponível na internet, o cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues sublinhou que o Evangelho tem oportunidade no mundo da globalidade digital porque se trata de “dar forma histórica à manifestação do amor de Deus no evento humano”.
O presidente do Centro Regional de Braga da UCP, João Manuel Duque, proferiu a conferência de abertura ‘O ensino religioso na escola’ e a professora Sónia Cruz falou sobre ‘O digital ao serviço da fé: oportunidades e desafios para evangelizadores’.
CB/OC