Diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados destaca aposta na integração de quem chega ao país
Lisboa, 05 jan 2017 (Ecclesia) – O diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal disse à Agência ECCLESIA que a PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados já acolheu 72 famílias, em 61 instituições, num total de 300 pessoas, 157 das quais crianças.
“Eu diria que são 157 crianças que, felizmente, nós, os portugueses, conseguimos fazer parte da solução, são menos 157 crianças que estão a sofre as atrocidades da guerra ou os desafios incríveis que fizeram na travessia por mar”, refere André Costa Jorge.
Em Portugal já nasceram também cinco crianças.
O responsável recorda que estes menores saíram da “incerteza, do caos” dos campos de refugiados na Grécia.
“Estamos a ajudar a construir o futuro, são um sinal de esperança”, precisa.
A PAR lançou uma campanha em que apela às instituições, paróquias e congregações religiosas da Igreja Católica a duplicar o acolhimento de refugiados em Portugal, passando para cerca de 1400 até maio 2017.
O diretor do JRS-Portugal explica que “os refugiados continuam a chegar, continua a haver este drama todos os dias”, apesar do acolhimento prestado de há dois anos a esta parte.
“Deixo aqui este desafio para que possa haver pessoas, associações, instituições, paróquias, que queiram fazer esta experiência do acolhimento do outro”, assinala André Costa Jorge.
Para o diretor do JRS-Portugal, a intenção é combater situações de vulnerabilidade das crianças refugiadas, em linha com as preocupações manifestadas pelo Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados de 2017, que vai estar em destaque na próxima edição do Semanário ECCLESIA.
Em particular, André Costa Jorge sublinha a emoção sentida numa experiência de “reunificação familiar”, ajudando uma mulher que chegou a Portugal com os seus filhos, construindo “um futuro feliz” para estas pessoas.
O trabalho da PAR é um trabalho de “futuro”, acrescenta, e a maior parte das situações tem sido “feliz” com reconhecimento das famílias pelo “esforço” do país que as recebeu.
Os refugiados estão na “raiz” da missão do JRS, do serviço dos Jesuítas neste campo, há mais de 30 anos, por iniciativa do padre Pedro Arrupe.
Em Portugal, o trabalho tem sido centrado nos últimos anos com as parcerias de acolhimento aos refugiados, “de forma progressiva e a partir da experiência concreta”.
André Costa Jorge realça o esforço realizado para que as pessoas possam conhecer a realidade de quem teve deixar o seu país, promovendo “hospitalidade, acolhimento, capacitação” e tendo em vista a integração destas pessoas na sociedade, como “cidadãos de pleno direito”.
O JRS-Portugal está ligado ao PAR desde o início, partilhando a sua experiência com as instituições interessadas em acolher refugiados durante dois anos. Assegura ainda o “secretariado técnico” da plataforma, fazendo a ponte entre o Estado português e as instituições anfitriãs.
O programa PAR-Famílias acolhe os mais vulneráveis, com dimensões técnicas que são desempenhadas pelo JRS, numa equipa de quatro elementos que inclui uma refugiada.
As famílias são entrevistas no país de saída, geralmente a Itália ou a Grécia, procurando que o “casamento” entre as pessoas e as instituições que as vão receber seja “o mais feliz possível”
SN/OC