Responsáveis diocesanos recordam necessidade de celebrar nascimento de Jesus com atenção ao próximo
Lisboa, 23 dez 2016 (Ecclesia) – As mensagens dos bispos católicos de Portugal para o Natal de 2016 manifestaram preocupações sociais, recordando a necessidade de celebrar o nascimento de Jesus com gestos de atenção ao próximo.
D. Jorge Ortiga, numa mensagem divulgada através da internet, desafia a olhar “atentamente” para todas as pessoas, para lembrar especialmente “tempos de negrume e solidão”
“Não esquecemos estas situações de sofrimentos e queremos entrar nas causas para as eliminar”, assinala o arcebispo de Braga, denunciando em particular os “fenómenos de corrupção”, antes de convidar todos a “anunciar a beleza de viver”
No Algarve, D. Manuel Quintas evocou os “conflitos implacáveis que destroem e matam indiscriminadamente, os atentados sem escolher lugares e vítimas”.
D. João Lavrador, bispo de Angra, nos Açores, realça a importância de olhar nesta quadra para todos quantos hoje lutam para recuperar ou preservar “a sua dignidade”, sobretudo “os pobres, os excluídos, os marginalizados, os injustiçados, as vitimas inocentes da guerra e da violência”.
O bispo de Aveiro, por sua vez, afirmou que o Natal “é um renovado convite à fé e à esperança”.
“Temos de ser testemunhas de um mundo onde haja lugar para todos e ninguém fique privado ou excluído dos bens necessários a uma vida digna”, escreveu D. António Moiteiro.
Em Beja, onde vai presidir ao seu primeiro Natal como bispo diocesano, D. João Marcos defendeu que “celebrar o Natal é lutar contra a tristeza e o desânimo, contra o fatalismo e contra a degradação.
O bispo de Bragança-Miranda publicou este ano a sua mensagem de Natal em formato áudio, com texto em português e mirandês, e em vídeo, com interpretação em língua gestual, com a ajuda das redes sociais.
A mensagem de D. José Cordeiro dirige-se “a todas as famílias, especialmente a cada criança, jovem, idoso, doente, pessoa com deficiência, preso, migrante, refugiado”.
Já o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, deseja à comunidade diocesana que tenha “a coragem de lutar arduamente” em “favor da paz, da justiça, da promoção humana”, em todos os âmbitos da vida.
O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, alertou na sua mensagem de Natal para as consequências de uma eventual legalização da eutanásia, recordando quem vive a “marginalidade” do abandono, bem como as crianças que não têm pai nem mãe.
D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, recorda que celebrar o mistério do nascimento de Cristo “exige realizar atitudes ou gestos concretos” para levar “esperança a quantos estão no sofrimento e na aflição”.
O bispo do Porto recordou na sua mensagem para o Natal de 2016 quem vive situações de dificuldade, apelando à partilha solidária “com os que menos têm”.
“Desejo, nesta hora de Natal, estar muito próximo dos que mais sofrem, daqueles que vivem sós, dos que não têm abrigo, dos que são refugiados”, refere D. António Francisco dos Santos.
D. Manuel Pelino, bispo de Santarém, lembra os homens, mulheres e crianças que vivem “necessitados de amor, de consolação e de ajuda”.
Em Setúbal, D. José Ornelas evoca “os dramas da miséria, da falta de recursos, da ausência de amor e da recusa de acolhimento e solidariedade”.
O bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, afirma, por seu lado, que não se está “a fazer tudo” para que o Natal tenha sua expressão universal e que a falta de valores coloca “em perigo” a celebração do nascimento de Jesus.
As mensagens dos bispos portugueses estão em destaque na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicada ao Natal.
OC