Natal: Presépio tradicional português incluído numa candidatura a património imaterial da humanidade

Proposta da Federação Mundial dos Presépios está em andamento na UNESCO

Beja, 20 dez 2016 (Ecclesia) – O presépio tradicional português é candidato a património imaterial da humanidade, inserido numa candidatura mais abrangente apresentada na UNESCO pela Federação Mundial dos Presépios.

Segundo José António Falcão, diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, trata-se de “um dossier” em andamento que pretende realçar o presépio “nas suas várias caraterísticas nacionais e regionais, muito específicas”.

Numa altura em que “talvez se esteja a assistir a uma certa inflação de candidaturas, neste caso preferiu-se avançar com uma candidatura em conjunto”.

José António Falcão destaca a importância do projeto para a preservação das “mais diferentes manifestações” ligadas à representação do Natal, a nível europeu e “de modo especial” no Alentejo.

A nível da Diocese de Beja, o DPHA tem vindo ao longo dos últimos 20 anos a apostar na preservação de todas as obras ligadas à arte-sacra, à representação do sagrado, onde estão incluídas também as representações do presépio.

Um “levantamento sistemático” de peças que tem abrangido “igrejas, museus e famílias”.

No caso dos presépios, aquele organismo quer ir mais longe e “criar oficinas de arte presepística, da arte de construir e montar presépios”, para passar esta tradição às novas gerações.

“De modo a que as escolas da região possam também associar-se a isto e que sempre possa existir, em cada Natal, um presépio tradicional português num dos nossos principais monumentos”.

O presépio tradicional português, que pode ser por estes dias admirado na igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, no centro de Beja, é uma marca essencial no Natal alentejano.

De acordo com o diretor do DPHA da Diocese de Beja, “têm sido as próprias famílias” a fomentar esta tradição.

“Há terras até que organizam mais de uma centena de presépios, quase um presépio por família como acontece por exemplo em Abela, no Concelho de Santiago do Cacém. E é preciso mobilizar estas pessoas para dar consistência a uma candidatura deste género”, defende José António Falcão.

Aquele responsável salienta que a candidatura do presépio tradicional a património imaterial da humanidade é “encabeçada por países como a Alemanha, a Suíça, a Espanha e a Itália, que têm também tradições muito específicas”.

Nações que podem “dar força à mobilização do património cultural português”.

O presépio da igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja, vai estar aberto ao público até dia 6 de janeiro e marca a diferença por alguns dos materiais utilizados, como, por exemplo, as flores de papel e as conchas, estas últimas mais comuns nos presépios do litoral alentejano.

JCP 

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Agência ECCLESIA

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