Fundação Ajuda a Igreja que Sofre apresentou o relatório mais recente sobre esta realidade, a nível internacional
Lisboa, 17 nov 2016 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), ligada à Santa Sé, apresentou hoje em Lisboa o relatório mais recente sobre Liberdade Religiosa no Mundo, que dá conta do aumento do extremismo em todo o mundo.
O deputado Fernando Negrão, presidente do Grupo Parlamentar informal de Solidariedade para com os Cristãos Perseguidos, foi o responsável pela apresentação do documento, na Sociedade de Geografia, e destacou um estudo que reforça a urgência da liberdade religiosa ser cada vez mais ‘um direito de todos’ e não ‘um direito órfão’.
Numa análise ao período entre junho de 2014 e junho de 2016, o relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo, da AIS, dá conta do surgimento de “um novo fenómeno de violência com motivação religiosa, que pode ser descrita como hiperextremismo islamita, um processo de radicalização intensificada, sem precedentes na sua expressão violenta”.
O fenómeno é caraterizado pelo “sistema radical de lei e governo” e por “tentativas sistemáticas de aniquilar ou afastar todos os grupos que não se conformam à sua perspetiva”.
Fernando Negrão salientou a importância da liberdade religiosa ser “um privilégio de todos, incluindo dos ateus” e independentemente de qual seja ‘a ideia de Deus’, algo que atualmente não acontece pois esta relação está hoje dominada por uma noção, de ‘vida ou de morte’, de sujeição ou eliminação.
“Aumentaram as situações extremas de violência em todo o mundo, aumentaram as atrocidades contra todo o tipo de cristãos e todas as minorias religiosas, que são por norma ‘as mais sacrificadas’, acrescentou.
Este relatório da AIS refere que a liberdade religiosa diminuiu em 11 dos 23 países com “piores infrações” a este direito; dos 38 países com violações mais significativas da liberdade religiosa, 55% permaneceram estáveis e apenas em 8% a situação melhorou.
O relatório aponta o dedo a “atores não-estatais”, ou seja, organizações fundamentalistas ou militantes como “responsáveis pela perseguição religiosa” em 12 países.
A apresentação do documento contou com a presença do arcebispo de Erbil (Iraque), D. Banhar Warda, que deixou o seu testemunho acerca de uma comunidade que acolhe atualmente milhares de cristãos perseguidos, vindos de outras regiões do país que foram tomadas pelo Estado Islâmico.
‘São 10 mil famílias que ainda esperam que a sua vida possa regressar ao normal e o vosso apoio é muito importante’, foi a mensagem que o prelado deixou durante a sessão.
JCP