Representante da Comunidade de Santo Egídio antecipa iniciativa que vai decorrer entre sexta e domingo no Vaticano
Cidade do Vaticano, 09 nov 2016 (Ecclesia) – Na próxima sexta-feira, milhares de pessoas sem-abrigo vão encontrar-se com o Papa Francisco, no âmbito de uma audiência jubilar inserida no Ano da Misericórdia.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Carlo Santoro, da Comunidade de Santo Egídio, destaca uma iniciativa que vai ao encontro daquilo que tem sido o pontificado do Papa Francisco desde 2013, a primazia pelos mais pobres.
“Este seu amor, o colocar os pobres no centro da Igreja. Acredito que a ideia do Papa é que cada um de nós pode fazer alguma coisa, mesmo se for pouco. Que a Igreja e todos nós que fazemos parte dela somos chamados a ajudar os pobres que encontramos pelas ruas. Ninguém pode ficar de fora, cada um deve assumir sua própria responsabilidade”, salienta aquele responsável.
O Jubileu dos Sem-Abrigo começa cum um encontro com o Papa argentino, no dia 11 de novembro, na Sala Paulo VI.
Depois prossegue no dia 12 com uma audiência jubilar na Praça de São Pedro e termina no domingo, dia 13 de novembro, com uma eucaristia com as pessoas socialmente excluídas, na Basílica de São Pedro.
Carlo Santoro acredita que a mensagem de Francisco procurará contrariar a corrente de uma sociedade que olha para os sem-abrigo e para as pessoas mais desfavorecidas muitas vezes “com repugnância e desconfiança”.
Embora já sejam percetíveis alguns sinais de mudança, a partir dos apelos que o Papa tem deixado ao longo dos anos.
“Nestes dois, três anos o Papa não perdeu uma ocasião para falar dos pobres, deste amor pelos pobres que salva todas as pessoas. E assistimos mais ao nascimento de grupos espontâneos, de pessoas que começam a falar, a ajudar, que querem fazer-se próximas de quem vive nas ruas. Este é um fenómeno em crescimento”, admitiu Carlo Santoro.
Sobre o que é que os sem-abrigo poderão levar como pedido ao Papa argentino, o membro da Comunidade de Santo Egídio em Roma acredita que muitos procurarão sobretudo conforto “espiritual” para os seus problemas.
“Acredito que em relação ao Papa a expectativa seja de caráter espiritual. Penso que o Papa sabe tocar os corações dos pobres quando diz: ‘Vocês são importantes para nós Igreja’. Temos ainda de compreender muito o que significa ser pobre”, complementa.
De acordo com o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, a delegação do nosso país ao Jubileu dos Sem-Abrigo será composta por 160 pessoas e seis sem-abrigo irão estar presentes na audiência privada com o Papa.
JCP