«Um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são muito importantes», disse hoje Francisco na Praça de São Pedro
Cidade do Vaticano, 09 nov 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco lembrou hoje, durante a audiência pública com os peregrinos no Vaticano, todas as pessoas que se debatem com a doença ou uma deficiência profunda, homens, mulheres e crianças que não podem ser deixados “sozinhos” no seu sofrimento.
“Um sorriso, uma carícia, um aperto de mão são gestos simples mas muito importantes para quem se sente abandonado a si mesmo e pouco ou nada pode fazer para remediar o seu mal”, frisou o Papa argentino durante a sua intervenção na Praça de São Pedro.
Perante milhares de peregrinos de várias nacionalidades, incluído de Portugal, Francisco retomou também a temática dos reclusos, no seguimento do recente jubileu dos presos que teve lugar no Vaticano.
Para o Papa, numa “sociedade atual doente de justicialismo” é muito fácil “apontar o dedo” aos outros.
“O recluso, apesar do mal que possa ter feito, permanece amado por Deus, e a misericórdia divina faz prodígios”, salientou Francisco, que destacou o contacto com os milhares de presos e antigos presos que acorreram ao Vaticano, nos dias 5 e 6 de novembro, e que tiveram oportunidade de conhecer o amor que Deus tem a oferecer a cada um deles, independentemente dos erros que possam ter cometido.
“Quantas lágrimas vi correr pelas faces de pessoas presas que talvez nunca tenham chorado na sua vida, e isto só porque se sentiram acolhidas e amadas”, descreveu o Papa, que incentivou as comunidades católicas a contribuírem para uma sociedade diferente, que saiba ser mais inclusiva e aberta ao perdão.
“Não caiamos na indiferença mas tornemo-nos instrumentos da misericórdia de Deus para restituir alegria e dignidade a quem a perdeu”, concluiu.
O Jubileu dos Reclusos e antigos reclusos, inserido no programa do Ano da Misericórdia que se vai prolongar até ao dia 20 de novembro, contou com uma delegação portuguesa com cerca de 80 pessoas, acompanhada por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
JCP