Questão foi abordada em assembleia plenária das conferências episcopais da Europa
Bruxelas, 28 out 2016 (Ecclesia) – Os bispos católicos do Reino Unido pronunciaram-se acerca das consequências da saída do território da União Europeia, realçando a importância da Igreja ser uma voz ativa neste processo de mudança.
A tomada de posição teve lugar durante a última assembleia plenária da Comissão dos Episcopados Católicos da Europa (COMECE), que abordou o chamado ‘Brexit’, que teve efeito depois de um referendo à população britânica.
Segundo um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a tónica dominante foi de preocupação, com o representante de Inglaterra e do País de Gales, D. William Kenney, a sublinhar que “as consequências do resultado do referendo ainda são imprevisíveis”.
“Numa altura em que o Reino Unidos está a negociar uma série de tratados comerciais que serão essenciais, é fundamental que a Igreja Católica consiga dar voz aos mais marginalizados e desfavorecidos”, apontou aquele responsável.
Outro representante inglês, neste caso o bispo auxiliar de Westminster, D. Nicholas Hudson, denunciou o aumento da violência as comunidades estrangeiras no Reino Unido, após o ‘Brexit’.
“Nós como Igreja Católica temos de condenar firmemente estes crimes”, salientou.
Durante os trabalhos da COMECE, alguns bispos britânicos explicaram também o sentido de voto dos seus países nesta questão.
Foi o caso de D. Hugh Gilbert, da Conferência Episcopal da Escócia, que votou pela manutenção do Reino Unido na UE.
Segundo aquele responsável, o sentido de voto escocês não teve relacionado com o debate à volta da independência da Escócia, mas sim com a “incerteza” que o ‘Brexit’ poderá trazer.
Uma linha que também foi seguida por D. Noel Treanor, bispo de Belfast, na Irlanda do Norte, que questionou o modo como a saída da União Europeia poderá afetar “o processo de paz” quer no seu país quer também na República da Irlanda.
JCP