O Bispo indiano Thomas Macwan afirmou que “o fundamentalismo religioso cresce na Índia” e se propaga das grandes cidades até às aldeias. “Desde cisão do país em 1947, que dividiu a Índia (em sua maioria hindu) e Paquistão (de maioria muçulmana) existe preocupação pelo futuro das minorias religiosas”, explicou. Numa entrevista concedida à agência Fides, o prelado ressaltou que a Igreja no país não tem medo. “A nossa missão é testemunhar Jesus Cristo, também nas perseguições. O documento anticonversões aprovado em Gujarat é anticonstitucional. Como Igreja católica, em conjunto com outras organizações hindus e da sociedade civil, recorremos ao Supremo Tribunal”. “A Constituição projectou um Estado secular. Hoje, pelo contrário, o fundamentalismo cresce por razões políticas e é utilizado para gerar consenso eleitoral. Durante anos hindus, muçulmanos e cristãos conviveram pacificamente. Nos últimos dez anos as coisas parecem ter mudado”, lamentou. Depois de lembrar o recente encontro de teve com Narendra Modi, Primeiro Ministro de Gujarat, o Prelado disse que “o Primeiro Ministro assegurou-me que o Documento sobre a liberdade de religião não está contra nós, dizendo-me para não me preocupar. É o início de um diálogo, mas isto não evitará o nosso recurso contra a Lei promovido por uma série de sujeitos entre os quais encontra-se a Conferência Episcopal, outras igrejas cristãs, grupos hindus e organizações civis”. Finalmente, o Bispo referiu que “em Gujarat a comunidade cristã constitui 0.42% e os fiéis católicos são um total de 150.000. Temos instituições educativas, sociais, sanitárias: entidades não confessionais, que se caracterizam pela alta qualidade de serviços e o grande senso de dedicação do pessoal católico, como confirmam todos os não cristãos que os frequentam”.
