A Casa de Saúde S. Miguel, Ponta Delgada, está a celebrar as suas bodas de diamante (75 anos). Para comemorar esta efeméride organizou um congresso de reabilitação psicossocial porque “os doentes mentais estão esquecidos” – alertou à Agência ECCLESIA Suzete Frias, directora da referida Casa de Saúde. Subordinado ao tema “Reabilitação na Comunidade e com a Comunidade”, este congresso, realizado nos dias 29 e 30 de Maio, pretendeu ser “uma reflexão sobre as políticas nacionais, sobre o que existe e o que falta fazer” – avançou. Que seja um ponto de partida “para reforçar as redes”. Se actualmente a comunicação social está a dar “outra visibilidade a este problema”, o mesmo não acontece “ao nível político”. Estes encontros “devem sensibilizar mais os políticos para a questão dos doentes mentais” porque “talvez devido à sua incapacidade de se manifestarem e de votarem são sempre ignorados” – denunciou Suzete Frias. E alerta: “a toxicodependência está na moda” por isso “esquecem as outras problemáticas da Saúde Mental”. Nesta ilha do arquipélago dos Açores, as patologias mais problemáticas ao nível da saúde mental “são as psicoses esquizofrénicas” para além “da toxicodependência e alcoolismo”. Situações derivadas “da importação de alguns repatriados” que trazem consigo “patologias psiquiátricas associadas”. A vivência numa ilha, sublinhou Suzete Frias, favorece também “as doenças bipolares”. À comunidade de Ponta Delgada, a directora da Casa de Saúde S. Miguel pede “uma maior aproximação a estes doentes” para que “não se sintam tão estigmatizados”.
