Sociedade: Vaticano sublinha necessidade de garantir a «dignidade e subsistência dos idosos»

Observador da Santa Sé na ONU lembra que muitas destas pessoas vivem hoje na pobreza por falta da pensão a que têm direito

Genebra, Suíça, 16 set 2016 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé, para as Nações Unidas e outras organizações internacionais com sede em Genebra, diz que salvaguardar os direitos e a dignidade dos idosos é um dos principais desafios a enfrentar na sociedade atual.

Numa declaração feita durante uma sessão sobre Direitos Humanos da ONU, e enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Ivan Jurkovic salientou que “os acordos existentes para proteger os direitos humanos dos mais velhos estão desatualizados e que são necessárias medidas mais específicas que fortaleçam o atual regime de proteção internacional”.

O arcebispo esloveno recordou os últimos números que alertam para o crescimento significativo do número de idosos no mundo.

“Em 2050, pela primeira vez, haverá mais idosos do que crianças com menos de 15 anos, e estima-se que o número de pessoas mais velhas passe de 900 milhões para perto dos dois mil milhões”, salientou.

Neste contexto, frisou o representante do Vaticano, mais importante se torna “garantir os direitos, a dignidade e a subsistência dos idosos”.

 Segundo D. Ivan Jurkovic, os desafios neste campo são muitos, como a pobreza, a falta de proteção social, os casso de violência e abuso, o direito ao trabalho ou a uma pensão digna.

“O direito a um rendimento na velhice, estabelecido na lei internacional e nos mecanismos de proteção de direitos humanos, inclui o direito a uma pensão adequada. No entanto, quase metade de todas as pessoas elegíveis para pensão no mundo não a estão a receber”, adiantou o arcebispo.

Como consequência, a maior parte dos idosos, homens e mulheres, que não têm acesso a este rendimento têm de continuar a trabalhar enquanto podem para sobreviver, “frequentemente em condições precárias”.

“Isto quando estas pessoas continuam muitas vezes a ser um elemento primordial para o equilíbrio da família, no cuidar dos netos e de outros entes queridos”, sustentou o prelado.

A audiência sobre Direitos Humanos, na ONU, decorreu esta quarta-feira, dedicada aos direitos das pessoas idosas.

O observador permanente da Santa Sé, destacou a importância de valorizar mais a chamada terceira idade, no mundo atual.

“Viver mais tempo não pode ser mais visto como uma exceção, um fardo ou um desafio, mas antes como a bênção que é”, defendeu D. Ivan Jurkovic.

Aquele responsável católico lembrou os mais velhos são uma presença que “enriquece a sociedade”, através da sua sabedoria e experiência.

“A qualidade de uma sociedade, de uma civilização, pode também ser julgada pela forma como tratamos os mais velhos, pelo lugar que reservamos para eles na vida quotidiana”, concluiu.

JCP

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Agência ECCLESIA

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