XXX Encontro Nacional de Pastoral Social analisou experiências que incluem também a 15ª obra proposta pelo Papa Francisco
Fátima, Santarém, 14 set 2016 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa afirmou esta quarta-feira no XXX Encontro de Pastoral Social, em Fátima, que a concretização das obras de misericórdia traduz-se em “assistência, promoção e desenvolvimento”, três “objetivos da ação política e social”.
“Todas as obras de misericórdia têm de estar enquadradas nesses três objetivos”, disse Eugénio Fonseca, referindo que “assistência não é assistencialismo” e deve levar à promoção e ao desenvolvimento.
“Quando não se atende ao desenvolvimento, não se criam condições para que a promoção seja possível em todas as pessoas e em todas as dimensões da sua vida”, sublinhou o presidente da Cáritas Portuguesa.
“Isto não é difícil”, garantiu Eugénio Fonseca, acrescentando que cada um deve interrogar-se sobre “o que é que lhe compete fazer”.
“Não esqueçamos que vivemos numa comunidade, num bairro e temos de ser aí agentes de assistência, promoção e desenvolvimento”, disse o presidente da Cáritas Portuguesa, referindo também que os cristãos têm de incluir essa dimensão nas paróquias.
“Cada paróquia tem de ter um grupo como expressão da prática organizada da caridade na comunidade, caso contrário é anémica”, sublinhou.
XXX Encontro da Pastoral Social termina hoje em Fátima e analisa o tema “A Laudato Sí no Ano da Misericórdia”.
Num painel sobre projetos que concretizam as obras de misericórdia, foram apresentadas experiências da Cáritas Portuguesa, Pastoral Penitenciária, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e União das Misericórdias Portuguesas.
A Igreja Católica sintetiza o exercício da caridade em 14 obras de misericórdia: sete corporais (Dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, visitar os enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos) e sete espirituais (Dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes , perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos).
No dia 1 de setembro, o Papa afirmou hoje que o cuidado com o Ambiente deve ser visto pelos cristãos como uma “nova obra de misericórdia”, que se une as 14 tradicionais, para defender a “vida humana na sua totalidade”.
“Tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia [corporais e espirituais], acrescentando a cada um o cuidado da casa comum”, afirmou numa mensagem divulgada hoje no Vaticano.
PR