Cerimónia contou com a presença de responsáveis diocesanos e do ministro da Cultura
Santarém, 12 set 2016 (Ecclesia) – A Catedral e Museu Diocesano de Santarém celebraram com o descerramento de uma placa comemorativa a atribuição do Prémio ‘Europa Nostra 2016’, na presença de responsáveis religiosos e políticos.
“[O património] às vezes anda esquecido como é o caso de muitas peças que estavam arrumadas em lugares já para ir para o lixo ou esquecer e que estão aqui a brilhar como expressão dos nossos valores espirituais e cristãos e como uma memória viva”, disse o bispo de Santarém, este sábado, à Agência ECCLESIA.
D. Manuel Pelino acrescentou que a Igreja tem um rico património que “não é só memória do passado mas é uma referência viva para a vida de hoje”, numa sociedade onde “há falta de memória”, existe um “certo vazio de referências”.
O prelado, presidente da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé, acrescentou que a evangelização pela imagem “é um caminho que precisa de ser mais desenvolvido”, passar da doutrina “à visibilidade de imagens e referências concretas”.
A cerimónia celebrou o Prémio ‘Europa Nostra 2016’, da União Europeia para o Património Cultural, considerado “o mais importante” da área e foi atribuído ao trabalho de reabilitação da Catedral e do Museu Diocesano de Santarém implementado no projeto ‘Rota das Catedrais’.
O ministro da Cultura, na sua intervenção, explicou que o desafio da conservação do património “é um dos maiores que se coloca em todas as gerações” e assinalou que a responsabilidade perante o património “não é a de pedras mortas é perante as pedras vivas”.
“Sabemos que sem o empenhamento da sociedade, de todos, não será possível levarmos a cabo a defesa da cultura”, disse Luís Filipe de Castro Mendes, destacando que no prémio ‘Europa Nostra’ se vê que a “aliança virtuosa” entre entidades políticas – nacionais, locais, europeias – e a Igreja “gerou esta consagração e estimulou este trabalho”.
Sobre uma distinção que “enche de orgulho todos os portugueses”, o ministro da Cultura referiu ainda que o projeto “singular” soube cruzar especialidades diversas e complementares, por isso, a “atribuição deve ser farol para outros projetos, nomeadamente, na Rota das Catedrais”.
Por sua vez, o diretor do Museu Diocesano de Santarém disse à Agência ECCLESIA que o Prémio ‘Europa Nostra 2016’ significa o “reconhecimento” de um trabalho que a diocese “se aventurou” a realizar e permitiu a reabilitação do edifício que foi um colégio dos Jesuítas, seminário e Casa Episcopal.
“A diocese acreditou, mobilizou-se, e levamos por diante o projeto. Este prémio com o Prémio Vasco Vilalva [atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian] e o do Turismo do Alentejo e Ribatejo foram dois estímulos”, que segundo o padre Joaquim Ganhão têm-se “traduzido em visibilidade e mais visitantes”.
Depois das intervenções e do descerramento da placa comemorativa do prémio ‘Europa Nostra 2016’ houve uma visita ao espaço museológico e a abertura da exposição temporária – “Rota das Catedrais em Santarém (2009-2014): memória e projeto”.
HM/CB