Movimento recorda Encíclica «radical» sobre o trabalho humano, «Laborem Exercens», de São João Paulo II
Lisboa, 02 set 2016 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) considera que hoje, “mais do que nunca”, são necessários os sindicatos e outras organizações para “se defender a dignidade do trabalhador”.
“O objetivo do mundo dos negócios é tornar o contrato de trabalho igual a um contrato comercial o que, na prática, acabariam os direitos do trabalhador, como parte objetivamente mais fraca”, explica a LOC/MTC, num artigo publicado hoje no Semanário digital ECCLESIA.
Segundo o movimento “toda a conceção” dos modernos gestores, “alguns educados nas universidades católicas”, vai no sentido de “coisificar o trabalhador”, tornando-o uma mercadoria.
“Tal filosofia gestionária contraria o sentido mais profundo da dignidade do trabalhador enquanto pessoa com direitos mesmo antes de nascer”, observa.
Por isso, a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos alerta que a Europa, e o ocidente em geral, enfrentam “constantes atentados à dignidade do homem e, em particular, do homem trabalhador”, para além do “terrorismo e as mudanças climáticas”.
A LOC/MTC explica que a análise surgiu da releitura da Encíclica ‘Laborem Exercens’, o documento dedicada ao trabalho humano pelo Papa São João Paulo II, a 14 de setembro de 1981 e considera que são necessários os” sindicatos e outras organizações de trabalhadores para se defender a dignidade do trabalhador”.
“A evolução no mundo do trabalho foi de tal ordem que há quem diga que este documento quase parece um manifesto radical! De facto é efetivamente radical! Há trinta e cinco anos ainda se estava no início dessa mudança que pouco a pouco foi destruindo o emprego estável e com direitos”, observa o artigo de opinião.
A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos recorda a “mudança facilitada” pelo extraordinário avanço das tecnologias e pela “supremacia” do capitalismo financeiro e bolsista que “exige precariedade e flexibilidade máxima” e a rápida acumulação da riqueza.
“O próprio direito do trabalho sofre uma erosão tremenda prevendo alguns o seu desaparecimento a prazo”, acrescenta, sublinhando que hoje, mais do que nunca, “são válidos e pertinentes” os conselhos do documento papal ‘Laborem Exercens’.
A LOC/MTC termina o artigo publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, cintando a encíclica de João Paulo II: “Para se realizar a justiça social nas diversas partes do mundo, nos vários países e nas relações entre eles, é preciso que existam sempre novos movimentos de solidariedade dos trabalhadores e com os trabalhadores”.
CB