«Boa parte destes alunos vai muito bem preparada» – padre António Cartageno
Fátima, Santarém, 31 ago 2016 (Ecclesia) – O diretor do Curso de Música Litúrgica, uma iniciativa do Serviço Nacional de Música Sacra, departamento do Secretariado Nacional de Liturgia, destacou que os 45 alunos que receberam diplomas e certificados vão “mais preparadas para ajudar” nas suas paróquias.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre António Cartageno referiu que o Curso de Música Litúrgica forma pessoas que “vão diretamente” para o terreno, para as paróquias, para as celebrações litúrgicas “para exercer bem o seu ministério” seja de salmistas, de diretores de coro ou da assembleia e organistas porque “não se improvisa”.
Foram 45 alunos que receberam esta terça-feira os seus diplomas e certificados de participação no V Curso de Música Litúrgica dinamizado pelo Serviço Nacional de Música Sacra, em Fátima.
O objetivo do departamento do Secretariado Nacional de Liturgia, da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade, foi preparar os agentes da música da Igreja para “o correto exercício do seu ministério litúrgico”.
Paulo Jorge Domingues frequentou o curso na vertente de direção coral, por sugestão dos professores no seminário de Viseu, diocese onde fazia “falta alguém responsável como diretor de um coro” e ser “mais abrangente a nível da pastoral litúrgica”.
Para além de direção, harmonia, o seminarista viseense destaca também o estudo da História da Música porque “é importante” saber “as raízes”: “De onde vimos, onde estamos e projetarmos aquilo que vamos querer para a Pastoral Litúrgica, nomeadamente, para a música sacra em Portugal.”
Já o padre José Joaquim Ribeiro frequentou o V Curso de Música Litúrgica na vertente de órgão e salmista, e a edição anterior em direção de coro e assembleia, que foram fundamentais no seu percurso
“A nível técnico o curso preparou-me naquilo que sei hoje. O panorama musical de Portugal hoje, se tem alguma qualidade, deve-se muito ao curso, às cinco versões”, desenvolveu.
Um curso que ultrapassa fronteiras e teve, por exemplo, na quinta edição duas alunas da Missão Católica Portuguesa em Londres, na Inglaterra.
Daniela Santos contou que foi uma “experiência muito boa” e, agora, vai ter “mais confiança” em tocar peças litúrgicas, sendo “preciso mais prática”.
A aluna que frequentou o curso na vertente de órgão litúrgico e recebeu um certificado de participação frisou que gostou muito porque, para além do órgão, adorou “cantar em coro com pessoas que sabem cantar, sabem música” e aprendeu “liturgia, deu para conhecer ritos na Igreja”, como saber porque se faz “o sinal da cruz, porque é que tem três escadas para o ambão” ou ainda “aprender história da música”.
O padre António Cartageno referiu que assistiu à maior parte dos exames e ficou, “sinceramente, impressionado com a qualidade de muitos alunos” que “são verdadeiramente dotados e que aprenderam muito” ao longo dos últimos três anos.
O responsável pelo Serviço Nacional de Música Sacra manifestou “muita esperança” que a presença de quem frequentou os cursos nas comunidades “ajude a melhorar o panorama da música litúrgica” em Portugal onde “há um pouco de tudo”.
“Do ponto de vista comparativo, do que se faz em Portugal e noutros países, e até a julgar pelo que outras pessoas deixam ao participar nas nossas celebrações, não estamos muito pior, pelo contrário há bons indicadores da qualidade da música”, acrescentou o padre António Cartageno.
“Há ilhas de grande qualidade” e o sacerdote compositor da Diocese de Beja espera que os sinais positivos “se vão espalhando com a ajuda destes alunos”.
CB