Francisco elogia onda de solidariedade com a população atingida pelo desastre
Cidade do Vaticano, 28 ago 2016 (Ecclesia) – O Papa anunciou hoje no Vaticano a sua intenção de visitar as populações atingidas pelo sismo de quarta-feira, na região central da Itália, e agradeceu a onda de solidariedade que se criou após o desastre natural.
“Assim que for possível, também eu espero ir ao vosso encontro, para levar-vos pessoalmente o conforto da fé, o abraço de pai e irmão, e o apoio da esperança cristã”, disse Francisco, na Praça de São Pedro, perante milhares de pessoas reunidas para a recitação da oração do ângelus.
Segundo dados da Proteção Civil Italiana, mais de 290 pessoas morreram na sequência do terramoto de 6,2 graus na escala de Richter que atingiu o centro da Itália, na madrugada de quarta-feira.
A localidade de Ascoli Piceno acolheu este sábado os primeiros funerais de Estado de vítimas do sismo, com a presença do presidente da Itália, Sergio Mattarella, e do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
O Papa Francisco quis hoje “renovar” a sua “proximidade espiritual” aos habitantes das regiões da Úmbria, Marcas e Lácio, “duramente atingidas” pelo terramoto.
“Penso em particular nas pessoas de Amatrice, Accumoli, Arquata del Tronto, Nórcia: mais uma vez, digo a estas queridas populações que a Igreja partilha o seu sofrimento e as suas preocupações. Rezemos pelo defuntos e os sobreviventes”, declarou.
A intervenção deixou palavras de elogio à ação das autoridades, forças da ordem, proteção civil e voluntários, recordando “quão importante é a solidariedade para superar provações tão dolorosas”.
Francisco saudou ainda todos os voluntários que prestam serviço em refeitórios sociais, “dando de comer” a pessoas em necessidade, para difundir a “cultura da gratuidade”.
“Peçamos a Nossa Senhora que nos conduza cada dia no caminho da humildade, que nos torne capazes de gestos gratuitos de acolhimento e de solidariedade para com os marginalizados”, prosseguiu.
O pontífice argentino sublinhou que Jesus ensina a “humildade”, a procurar o “último lugar”, em vez de viver com laivos de “orgulho, arrivismo, vaidade”.
Antes de despedir-se dos peregrinos e visitantes, o Papa recordou que no próximo dia 1 de setembro se vai celebrar o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, iniciativa de caráter ecuménico.
“Será uma ocasião para reforçar o compromisso comum para salvaguardar a vida, respeitando o ambiente e a natureza”, antecipou.
Esta celebração decorre da publicação, em 2015, da encíclica ‘Laudato si’, na qual Francisco propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.
OC