Setúbal: Festa de Nossa Senhora do Rosário de Tróia levou católicos a rezar no Sado

D. José Ornelas participou pela primeira vez em celebração que vê como «sinal de esperança»

Setúbal, 23 ago 2016 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Setúbal viveu três dias de festa com a celebração de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, este ano pela primeira vez com a presença do bispo diocesano, D. José Ornelas, em pleno Rio Sado.

O bispo de Setúbal referiu à Agência ECCLESIA que a celebração revela a “capacidade de sonhar” que o mundo pode ser “bonito, mais humano”.

“Trazer a figura de Nossa Senhora vem ensinar-nos o quanto a gente pode humanizar a nossa vida, se tivermos um bocadinho de coração, bom senso e nos soubermos pôr juntos”, referiu D. José Ornelas.

Cerca de 160 embarcações de pesca e de recreio engalanadas participaram no círio fluvial das Festas de Nossa Senhora do Rosário de Troia, que esta segunda-feira à tarde foi recebido por centenas de pessoas ao longo da zona ribeirinha de Setúbal.

A festa  tem características próprias pela sua localização, pelas celebrações religiosas na praia e no rio Sado, e por envolver a comunidade dos marítimos, as pessoas da Diocese de Setúbal que dedicam a sua vida ao mar.

O bispo de Setúbal salientou a “grande beleza” do evento, assinalando que o belo faz parte da “dimensão humana e da dimensão da fé”.

“A dimensão estética do bonito que é ver as pessoas congregarem-se à volta de uma ideia comum, ver as pessoas terem capacidade de colaborar, de inventar, de trazerem o melhor que têm do seu saber e da sua arte”, desenvolveu D. José Ornelas.

O padre Victor Portugal, responsável pela Paróquia de Santo Estêvão que presta serviço pastoral à festa, destacou a expressão de fé “com sabor a sal” de um “povo crente que tem Nossa Senhora como mãe”.

“O povo que tem no mar a sua subsistência passa por muitos perigos e, nestes últimos tempos, para além dos perigos próprios do mar também tem sentido muito a conjuntura nada favorável do país, com leis que muitas vezes limitam ação e dificultam a sua subsistência”, alertou o sacerdote Claretiano à Agência ECCLESIA.

A fadita Maria Caetano, filha e neta de pescadores, recorda por sua vez a devoção das pessoas do mar, “que não tem limites”, visíveis em três dias de festa “de dedicação, de entrega da alma” a Nossa Senhora de Tróia.

A entrevistada, que se considera uma “filha da festa”, cantou um fado na capelinha a seguir à bênção e explica que participar “é um misto de emoções indescritível”.

“Nossa Senhora de Tróia é um salva-vidas nos momentos muito aflitivos que nos acode sempre”, acrescentou Maria Caetano, contando que o avô paterno morreu no mar.

Já o bispo de Setúbal, natural do Arquipélago da Madeira, destacou que aquilo que o mar “tem de desconhecido”, mas ao mesmo tempo infunde “respeito”.

“O mar é convite à universalidade mas ao mesmo tempo à intimidade da praia, traz-se os sonhos do mundo de onde se vem, cria-se novas capacidades da terra porque é viver este mundo que Deus nos deu em todas as suas capacidades”, comentou D. José Ornelas.

A festa de “Nossa Senhora de Tróia está presente na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA dedicada ao turismo nas 20 dioceses portuguesas.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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