Portugal: «Evangelho do Dia» determinou a estratégia para final do Euro 2016

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Fernando Santos recorda a frase da Bíblia «simples como as pombas e prudentes como as serpentes» e distancia «fé» de «fezada»

Lisboa, 22 jul (Ecclesia) – Fernando Santos disse à Agência ECCLESIA que se inspirou no 'Evangelho do Dia' para falar aos jogadores sobre a final do Euro 2016 e pediu-lhes para serem “simples como as pombas e prudentes como as serpentes”.

“Nesse dia, o Evangelho era esse. E de manhã, quando me levantei aquilo ‘bateu em mim’. Era isso que a equipa precisava para esse jogo”, referiu o selecionador nacional de futebol.

No dia 8 de julho, o Evangelho da Eucaristia é de São Mateus, no capítulo 10, onde Jesus diz, no versículo 16, “sede simples como as pombas e prudentes como as serpentes”.

“Quando estava a ler o Evangelho, e ia ter palestra passado uma hora ou duas, pensei: ‘isto é o que a minha equipa precisa para este jogo’. No jogo com a França temos de ser isso: ser simples, humildes, perceber que estamos perante um grande adversário, mas não ter medo de jogar”, recordou Fernando Santos.

O selecionador nacional disse que usou “como chave” para a vitória a frase do Evangelho, transmitida na palestra onde disse aos jogadores o que deveriam “fazer perante o adversário” e os perigos que colocava a Portugal.

Portugal venceu o Campeonato Europeu de Futebol com a vitória na final frente à França, no dia 10 de julho, por 1-0, no Stade de France.

Para Fernando Santos, a primeira conquista do título europeu de futebol por Portugal deve-se ao “mérito” dos jogadores, ao "trabalho", à "luta" e à mudança de mentalidade no grupo que deixou de dizer “eu acredito que é possível” para afirmar “eu creio que sou capaz de o fazer".

O selecionador nacional sublinhou que a fé “é fundamental” para a sua vida, não apenas para o futebol, mas acrescentou que ninguém lhe disse que iria ganhar e que só regressaria a Portugal no dia 11 de julho, antes era uma “convicção pessoal”.

“Algumas pessoas confundem ‘fé’ com ‘fezada’. E uma coisa não tem nada a ver com a outra”, acrescentou Fernando Santos, referindo também que foi à Missa todos os domingos, em Paris, como faz em qualquer parte do mundo, e que nunca viu televisão durante o Euro para não se deixar influenciar, “nem pela positiva nem pela negativa”.

Na entrevista publicada numa edição especial do Semanário ECCLESIA, o selecionador de Portugal recordou o momento que antecedeu a defesa da grande penalidade por Rui Patrício, dizendo que rezou nesse momento para “pedir ajuda”, e que estava frequentemente com a mão no crucifixo que “sempre” tem no bolso.

Fernando Santos valorizou o momento de festa gerado com vitória de Portugal, disse que os portugueses têm de partilhar a “confiança e o orgulho na capacidade de saber fazer” e sentiu-se reconhecido pelas mensagens que recebeu, nomeadamente a lhe dava conta da conversão de um amigo ateu.

O selecionador de Portugal recordou também a carta que leu na conferência de imprensa após a vitória na final, referindo que a redigiu na tarde do dia seguinte ao jogo com a Áustria, onde afirma o que diz todos os dias: “Seja para glória do Seu nome”.

A entrevista a Fernando Santos está publicada numa edição especial do Semanário ECCLESIA e uma parte pode ser vista no programa 70×7 deste domingo (RTP2, às 13h25), ocasião em que vai ser publicada também uma versão integral em vídeo.

PR

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