Celebração jubilar decorreu no Sameiro
Braga, 17 mai 2016 (Ecclesia) – O arcebispo primaz de Braga afirmou que os membros dos movimentos da Igreja e as famílias a devem ser “mais corajosos” e proclamar o Evangelho "com ousadia, em voz alta e mesmo em contracorrente” com o mundo.
“Hoje também nós sentimos que a corrente nos empurra para outros lados. Há a corrente do ambiente que nós respiramos, a corrente de certos movimentos, de certas ideologias com as quais nos encontramos diariamente, a corrente de uma comunicação social”, referiu D. Jorge Ortiga no Santuário do Sameiro, na celebração do Jubileu dos Movimentos e das Famílias.
Recordando as palavras do Papa Francisco, o arcebispo de Braga assinalou que os movimentos devem integrar-se na Igreja porque não são “património fechado” e os seus elementos enriquecidos com a sua espiritualidade são “canal evangelizador” que chega “aos diversos ambiente onde Deus colocou cada pessoa”.
D. Jorge Ortiga incentivou os presentes a serem evangelizadores nos seus diversos ambientes – fábrica, agricultura, saúde, economia, escola, ou outro qualquer – e alertou-os que assistem “passivamente” que aqueles que elegeram “façam o que quiserem”.
“Destruindo aquilo que é a verdadeira doutrina do sadio humanismo […] em nome do que chamam avanço civilizacional. Nós somos retrógrados, somos de outro tempo, e nós calamo-nos e aplaudimos”, referiu o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
O bispo diocesano explicou que os movimentos devem “chegar aos ambientes concretos” e sobre essa realidade nas paróquias assinalou que sem comunhão e sem unidade “não existe Igreja” não são “capazes de ser presença viva de Cristo hoje”.
“Será que como movimento somos uma mais-valia à nossa paróquia, arciprestado e diocese, enriquecemos ou empobrecemos. Somos sinais do amor de Deus ou, antes pelo contrário, negação do amor de Deus?”, questionou, destacando mais expressões do Papa argentino – “enriquecer, renovar, edificar a Igreja”.
O arcebispo de Braga recordou às famílias e membros dos movimentos católicos da região que a Igreja em Portugal está “toda apostada num processo de renovação” porque os tempos não são os mesmos, “mudou muita coisa, é tudo diferente”.
“Empenho na mudança do paradigma de sermos uma Igreja de sempre, fiel às suas tradições, mas ser uma Igreja de hoje que fala a linguagem de hoje”, acrescentou, deixando à reflexão se cada um tem a “preocupação diária de renovar a Igreja”, de a edificar com o seu contributo – “a vida, o testemunho e a ação”.
A reflexão do arcebispo de Braga partiu da Solenidade do Pentecostes quando os apóstolos saíram do Cenáculo porque o Espírito Santo “os transformou em anunciadores das maravilhas de Deus com ousadia, em alta voz, em todo o tempo e lugar”, deixando “a sua vida individualista”.
Na Eucaristia do Jubileu dos Movimentos e Famílias de Braga, no último sábado, foram abençoados os casais com 10, 25, 50 ou mais anos de casados e o evento incluiu também a conferência ‘Viver e testemunhar a misericórdia de Deus nas famílias e nos movimentos eclesiais, apresentada pelo padre Carlos Carneiro.
CB/PR